Em mais uma movimentação para se consolidar na liderança em todas as faixas horárias, a Globo promoverá outra mudança em sua programação já a partir de segunda-feira (30). A emissora irá reduzir o espaço destinado ao Corujão e abrirá, de segunda a sábado, uma faixa de novelas em plena madrugada, sempre depois do Conversa com Bial e Supercine. Para abrir o novo espaço, os executivos do canal irão apostar em um horário alternativo para os capítulos de Cara e Coragem — que substituirá Quanto Mais Vida, Melhor!, que chega ao fim nesta sexta-feira (27), às 19h.
A mudança, antecipada em primeira mão pela coluna da jornalista Patrícia Kogut no jornal O Globo, confirma algo que vinha sendo noticiado pelo TV Pop há vários meses: por conta das novas regras estipuladas em diversos contratos com distribuidoras internacionais de filmes, a líder de audiência passou a priorizar a escalação dos longas para faixas de maior visibilidade, excluindo a tradicional sessão da madrugada, que havia sido relegada para geralmente exibir produções que fracassaram em outros horários ou até mesmo de obras compostas por elencos desconhecidos.
Desde 2021, a Globo já vinha fazendo modificações pontuais nas madrugadas para testar a aceitação do público com conteúdos nacionais na faixa horária do Corujão. A primeira movimentação neste sentido aconteceu em outubro do ano passado, quando a rede passou a transmitir seriados do Globoplay em versões temáticas da sessão de filmes mais antiga da televisão brasileira. Nas semanas de conteúdo especial, foram transmitidas séries de comédia (Eu, a Vó e a Boi) e suspense (Desalma), ambas produzidas originalmente para plataforma de streaming da empresa.
A escolha de um horário alternativo para a reprise de uma telenovela inédita é uma tendência internacional: mesmo com o avanço mundial dos serviços de vídeo sob demanda, várias emissoras em todo o mundo tem apostado nas manhãs e nas madrugadas para reapresentar seus folhetins, nacionais ou enlatados, com o intuito de atrair mais público para o horário principal das tramas. Além disso, os folhetins também acabam sendo uma opção mais viável para o mercado publicitário do que filmes — a própria Globo tinha dificuldades de comercializar espaços no Corujão.