Paulo Gomes, apresentador do Cidade Alerta Curitiba, foi ao Estádio Major Antônio Couto Pereira para assistir ao jogo Coritiba e Palmeiras no domingo (12). O comunicador relatou em seu programa que chegou atrasado e antes de entrar ao local para assistir a partida, decidiu ficar em uma barraquinha de rua que vende comida. O âncora da RIC TV, afiliada da Record no Paraná, se envolveu em uma confusão com policiais que exigiam que ele desligasse o celular e presenciou o espancamento do torcedor palmeirense Alan Henrique de Araújo Domingues, que morreu.
“Você imagina a cena… Você sabe que vai ter um jogo de futebol no dia dos namorados e convida sua mulher para ir até o Estádio Couto Pereira. Chegamos atrasados, estávamos com fome e ficamos ali em uma banca que serve vários tipos de comida, inclusive, cachorro-quente. Foi coisa de segundos e ouvimos pessoas gritando. No primeiro momento, pareciam torcidas gritando”, começou ele.
O comunicador relatou a indignação com os policiais do Paraná que pediram que ele desligasse o telefone para não gravar a ação e o tumulto. “Nós tínhamos policiais mandando eu desligar a câmera do celular. Não sei por qual motivo. Nós vimos um torcedor sendo agredido. Eu não sei se esse torcedor estava ou não envolvido. Se ele tinha ou não aprontado, o fato é que nesta banca de cachorro-quente, que foi o que nos salvou, as pedradas vinham em todos os comércios. Quando nós nos jogamos no chão, as pedras passaram a ficar no plástico duro e as garrafadas também”, detalhou Paulo Gomes que mostrou os momentos de pânico que passou.
“O torcedor que foi espancado chegou a ficar desacordado e eu li em sites de notícias que o homem não foi espancado e que o torcedor não morreu em decorrência do espancamento. Eu vi vários sites dizendo isso. O homem foi agredido! Eu só não posso dizer que ele morreu por isso, mas ele foi espancado”, afirmou o apresentador da RIC TV.
Pronunciamento nas redes sociais
Paulo Gomes usou as redes sociais para publicar um texto e relatar o ocorrido. O âncora do Cidade Alerta Curitiba afirmou que nunca havia sido testemunha de tanta barbárie. “Quando a morte chega ao seu lado, até quando? Em mais de 12 anos como jornalista policial, nunca havia me deparado com tamanha barbaridade e violência. No último domingo, dia 12 de junho, senti na pele o mais verdadeiro e intenso significado da palavra medo. Foram minutos que pareceram horas e a cada grito, sentia que aquilo duraria uma eternidade”, disse ele.
“Como torcedor e grande apreciador do esporte, lamento profundamente que a alegria gerada pelo futebol seja, em casos como esses, apagada pelo terror exercido por bandidos travestidos de torcedores, que não estão ali para vibrar com o balanço da rede, mas pelo sangrar do torcedor do time rival. Para finalizar, proponho o questionamento: deveriam ser proibidas as torcidas organizadas em estádios? Ou deveria ser implementada a torcida única? Qual a solução para esses casos?”, questionou o comunicador.