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Grey’s Anatomy tem que acabar o mais rápido possível

O colunista Mateus Ribeiro faz um apelo sincero: por favor, acabem com Grey's Anatomy (foto: Reprodução/ABC)
O colunista Mateus Ribeiro faz um apelo sincero: por favor, acabem com Grey's Anatomy (foto: Reprodução/ABC)

Grey’s Anatomy é um grande sucesso mundial. Há 16 anos no ar e atualmente com 17 temporadas, ela continua sendo uma das maiores audiências do canal ABC e uma das séries mais assistidas nos streamings (a ponto de estar presente em todos os serviços mais populares no Brasil). Mas com seus mais de 370 episódios, a história acaba se perdendo e tramas começam a ser cada vez mais equivocadas.

Sou um grande fã da série, comecei a assistir quando a mesma já estava em sua 9ª temporada, e já nesta época diziam que a série tinha que acabar. Sempre fui contra, sabia que mesmo com as mortes de alguns personagens de forma inadequada, ainda tinha mais o que espremer da laranja. Com a saída de Sandra Oh do elenco na péssima 10ª temporada, a série ganhou um novo frescor, um foco bem maior em sua protagonista a partir de sua 11ª Temporada, que considero uma das melhores temporadas da série.

Mas após sua 12ª temporada, a série entrou em um limbo com episódios medianos e entrada de personagens com pouco carisma ou que pouco agregavam ao enredo. Shonda Rhimes, a criadora da série, estava há alguns anos focada apenas em Scandal – Os Bastidores do Poder, e após o último episódio da 8ª temporada do seriado estrelado por Ellen Pompeo, voltou apenas para escrever o episódio de despedida de Patrick Dempsey, o Derek Shepherd. E após a 13ª temporada, Rhimes entregou todo o comando nas mãos de Krista Vernoff.

Desde que assumiu o cargo, a produtora executiva parece não saber o que tem em mãos. Logo em sua primeira temporada comandando o programa, houve corte de custos que resultaram na demissão de duas das mais carismáticas atrizes de Grey’s, enquanto personagens com quem fãs sequer se importam continuaram a marcar presença no elenco (além dos criados que não têm a metade do carisma, salvo Atticus Lincoln).

Após essa turbulência no elenco, um dos momentos mais vergonhosos em toda história da série aconteceu em sua temporada passada. Justin Chambers, um dos poucos que ainda integrava o elenco desde 2005, anunciou sua saída, sem tempo para gravar um episódio de despedida. Alex Karev foi um dos personagens mais queridos da série devido sua evolução como médico e pessoa.

Com uso de narração e dublês de corpo, sua última “aparição” mostrou o personagem abandonando sua esposa atual (que já havia sofrido violência doméstica e abandono afetivo) para ficar com sua ex (personagem que não aparece desde a 6ª temporada da série), sob a justificativa de que a mesma usou seu sêmen sem consentimento para ter filhos.

Agora em sua 17ª temporada, a série parece estar vazia, sem uma história recorrente e sendo focada totalmente na pandemia. Se retirarmos tal evento do enredo, nenhum personagem avançou na trama. Estão se segurando apenas no uso de participações avulsas de personagens que já morreram, utilizando-se de uma condição que a protagonista se encontra por causa da doença (aliás, passamos da metade da temporada e ela continua da mesma maneira desde o segundo episódio).

Em um dos últimos atos de desesperos para chamar a atenção e chocar a audiência, mataram mais um personagem (que sequer teve a cena de morte exibida na série, e sim na série irmã, Station 19). A série, até o momento, não tem uma data para acabar e toda a equipe criativa concorda em seguir enquanto a protagonista quiser continuar.

Ellen Pompeo, a Meredith Grey, se tornou uma das mulheres mais bem pagas da TV norte-americana. Agora em 2021, seu contrato acaba e enquanto vamos vendo participações sobrenaturais de atores que já passaram pela série, as negociações ainda não definiram se Grey’s Anatomy continuará por mais temporadas ou não. Mesmo querendo o fim da série, não quero que seja algo feito às pressas devido a questões contratuais, a série é quase uma instituição da TV e necessita ter uma temporada final trabalhada neste sentido. Nem que sejam poucos episódios.

Mateus Ribeiro é engenheiro por formação, e nas horas vagas se diverte maratonando séries e assistindo programas de origem duvidosa da televisão brasileira. No TV Pop, escreve semanalmente sobre as séries produzidas pela indústria norte-americana. Converse com ele pelo Twitter @omateusribeiro. Leia aqui o histórico do colunista no site.

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