A Record promoverá mudanças em sua chefia de Jornalismo a partir das próximas semanas: a empresa acertou a contratação de Roberto Munhoz, responsável pela CNN Brasil em Brasília, para assumir a diretoria de Jornalismo da emissora no Distrito Federal. Ele será o substituto de Ailton Nasser, que ficou no cargo de outubro de 2020 até agora. Mineiro, como era chamado por seus colegas de trabalho, foi demitido da filial brasiliense do canal, que deverá o recontratar em São Paulo posteriormente. As mudanças foram recebidas com perplexidade nos bastidores.
A reportagem do TV Pop apurou que boa parte dos funcionários do telejornalismo da Record em Brasília souberam da mudança de diretoria de maneira não oficial: desde a semana passada, já circulavam boatos que apontavam a saída de Nasser, mas ainda sem a definição de um novo gestor. O quebra-cabeça se completou apenas na tarde desta terça (5), depois que o site NaTelinha publicou a notícia de que Roberto Munhoz havia se demitido da CNN Brasil. Em sua despedida, ele avisou para a sua equipe que estaria se transferindo mais uma vez para a Record.
Não demorou muito para que a informação chegasse até os colaboradores da emissora aberta: apesar dos baixos índices de ibope da maior parte dos jornalísticos locais da Record Brasília, isso não parecia ser um fator determinante para a dispensa do executivo, que apostou todas as suas fichas na contratação de Neila Medeiros, que não raramente chega a marcar traço nas manhãs. Mineiro está no canal há quase duas décadas. Ele atuou na implantação do Domingo Espetacular, trabalhou no Jornal da Record, chefiou a Record News e até participou do Instituto Ressoar.
No entanto, a gestão do executivo vinha sendo colocada em cheque pela alta cúpula do telejornalismo da emissora. O TV Pop apurou que a mentalidade do executivo era tida como antiquada, algo prejudicial para a imagem da companhia às vésperas de uma cobertura eleitoral. Além disso, os jornais da Record Brasília eram vistos como desinteressantes, combativos e pouco alinhados ao editorial proposto pelo Governo. Mineiro substituiu Domingos Fraga (1962-2021), transferido às pressas para após a demissão de João Beltrão, que ficou no posto entre 2006 e junho de 2020.
Diferentemente dos bastidores da Record, apreensivos pela chegada de uma confirmação oficial da troca de chefia, a Redação da CNN Brasil vive um dia de festa: Roberto Munhoz passava longe de ser benquisto pela maioria de seus comandados. O escritório brasiliense do canal de notícias beirou o colapso em diversos momentos da sua gestão, com demissões em massa de repórteres e editores, majoritariamente insatisfeitos com a forma que eram tratados pelo executivo. Ele, no entanto, contava com a aprovação da vice-presidência da empresa. Por lá, há o consenso de que não existe como um substituto ser pior. Ao pé da letra, nem haverá um novo gestor: a base candanga será assumida por Maria Mazzei, que continuará a frente da emissora também no Rio de Janeiro.
