Ao menos nos próximos três anos, a direção do SBT não tem medo algum de perder os direitos de transmissão das novelas mexicanas da Televisa. Os executivos da emissora tem uma relação cordial e de confiança mútua com os latinos e, por isso, acreditam que o atual vínculo contratual será cumprido sem modificações. Pelo menos até 2024, a emissora seguirá tendo direito aos folhetins e passará apenas a dividir alguns deles com as plataformas de streaming, como A Usurpadora, que foi comprada pela Globo para exibição no Globoplay.
De acordo com o colunista Flávio Ricco, do portal R7, os mexicanos realmente estão refletindo se valerá a pena abrir mão da TV aberta após o final do contrato com o SBT para investir apenas na distribuição de seus conteúdos no formato on demand, em parceria com empresas como a Globo, a Amazon e a Netflix.
Nos bastidores da emissora de Silvio Santos, especula-se que a compra de A Usurpadora pelo Globoplay é apenas um laboratório para experiências futuras. Boa parte dos executivos arriscam que não é possível tirar conclusões sobre os hábitos de consumo do público noveleiro enquanto a rotina habitual, interrompida por causa da crise sanitária no país, não for retomada — e isso ainda deve levar algum tempo.
Para a rede, de fato, perder as novelas mexicanas provocaria um importante baque nas finanças e na audiência. Apesar de caros, os folhetins produzidos pela Televisa são benéficos para a programação da rede: eles impulsionam boa parte dos programas nacionais do canal, não raramente sendo as atrações mais assistidas do dia e, principalmente, fecham no azul. Por mais caro que o dólar esteja, o faturamento das tramas ainda justifica a sua importância e permanência no ar — o lucro atingido por elas dificilmente seria reproduzido por outra coisa.