Xuxa Meneghel está de volta à atuação após 13 anos longe de hiato — a série Tarã, produzida para o Disney+, marca o retorno da carreira de atriz da apresentadora. Porém, em entrevista com a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, a famosa falou o que pensa sobre a sua carreira de sucesso. “Eu não interpreto nada. Eu brinco. Sou a única pessoa que não canta nos próprios discos, não atua nos filmes e bateu os recordes que todo mundo já sabe”, afirmou.
Mesmo sem confiar em seu talento, Xuxa acredita que com a produção poderá alcançar um público maior falando sobre a preservação do meio ambiente por meio da atuação. “Acho que com essa série eu vou chegar a lugares que, se eu não atuasse, não chegaria: falando da natureza”, confessou a apresentadora. “A plataforma tem me dado oportunidade de apresentar uma mensagem bacana, de falar sobre tudo o que tem em volta da gente. Se eu falasse, se fizesse um livro, acho que não chegaria ao público da mesma forma que com essa série”, completou.
Xuxa ainda falou sobre sua personagem no seriado, que é inspirada em povos que viveram no Peru. “Na história, eu sou uma personagem que faz parte de uma tribo antiga. A Clã das Nuvens é inspirada em povos que viveram no Peru, havia pessoas brancas (loiras e ruivas). No roteiro, também tem a tribo das Nove Luas.”, disse ela. “Eu e um indígena dessa tribo nos apaixonamos. E minha personagem terá uma filha. Ela será importante para esses clãs, que antes brigavam. Tem amor de adolescente, muitas cenas na natureza… E por mais que eles tenham buscado referências reais, que tratem do desmatamento da Amazônia, frisam que é uma ficção. Vão ser temas sérios tratados de forma lúdica”, completou.
A apresentadora ainda conta que estudou questões que envolvem a cultura indígena, além de revelar que acredita que a produção poderá cometer alguns erros. “Você acha que vou chegar lá e não vou usar nenhuma expressão errada? Claro que vou. Mas vou aprender. Nós estamos aqui para isso. Tenho medo de errar com tudo. A gente está aprendendo a tentar se comunicar com todo mundo em harmonia”, afirmou.
“Eu venho dos anos 1980, em que tudo era permitido. Vou dar um exemplo: gravei uma chamada na Globo com o Grande Otelo e fiz blackface. Me pintaram de preto e ele cantava para mim, eu para ele, brincando”, lembrou a apresentadora. “Hoje já sabemos que isso machuca algumas pessoas. E, se machuca, não devemos fazer”, finalizou.