Manoel Soares, coapresentador do Encontro, relembrou momentos difíceis da sua vida durante entrevista. Em conversa com o podcast PodPah no último domingo (14), o colega de Patricia Poeta revelou que virou morador de rua devido às dificuldades que passou ao se mudar com o irmão, no fim da década 1990, para Porto Alegre. “Na zona norte tem um viaduto e eu comecei a dormir ali, deitava ali umas onze da noite, cinco da manhã os caminhões começavam a roncar”, disse o jornalista.
Segundo o ex-apresentador do É de Casa, ele ficou em situação de rua por mais ou menos quatro meses. “Ali por volta de 1999, o emprego que a gente recebeu caiu, a gente ficou sem nada, meu irmão que foi junto comigo voltou. Virei morador de rua”, continuou.
Para se sustentar, Manoel Soares passou a trabalhar como segurança de travestis. “Na noite, você acaba descobrindo formas de se sustentar. Por exemplo: tinha uns travestis na rua da frente que eles não tinham ninguém que cuidavam deles”, explicou. “Eles me chamaram pra, se alguém fizesse alguma coisa com eles, era pra eu correr atrás dos caras”, concluiu.
Em julho, durante entrevista para o Conversa com Bial, Manoel Soares comentou sobre seu passado de dificuldades, que inclui o pai envolvido com o tráfico e uma mãe corajosa. “Já vivi em muitas casas na minha vida, entre elas casas fragilizadas e também em condição de rua. Não faço todo um drama em cima disso, porque é uma realidade brasileira e não tem que ser explorada de maneira indevida”, disse ele, na ocasião.
Manoel Soares recordou da infância em Salvador, incluindo a fuga da cidade protagonizada pela mãe dele, em 1988. Com apenas 28 anos, ela levou os filhos ainda pequenos para o interior de São Paulo para, dessa forma, tentar livrá-los de uma rotina violenta relacionada ao envolvimento do pai do jornalista com o tráfico de drogas.
“Peguei cascas de madeira e fiz uma casa para minha mãe. Casa é o lugar onde seu coração está em paz, onde tem amor é a minha casa”, afirmou. Ele falou também sobre como chegou a viver nas ruas de Porto Alegre, após ter sido enviado ao sul pela mãe, que não via com bons olhos a amizade que o então adolescente estava construindo com delinquentes da região onde moravam na zona leste de São Paulo.
O contratado da Globo deu os primeiros passos no jornalismo no Rio Grande do Sul. Ao rever seu início do jornalismo, o comunicador se emocionou. “Passa um filme na cabeça quando vejo isso”. De lá para cá, ele trabalhou com Caco Barcellos até ser convidado a integrar a equipe do matinal de Fátima Bernardes e o elenco do É de Casa. A cereja do bolo da bem-sucedida trajetória foi o livro Para Meu Amigo Branco, lançado em abril.