Renato Góes estreará na nova novela das seis, Mar do Sertão. O ator faz parte de um elenco com artistas 20 nordestinos e relatou que sofreu preconceito durante toda a carreira. “Ninguém mais quer ver essa cegueira seletiva, essa acomodação de deixar tudo como está”, começou ele.
“Já era hora de a teledramaturgia fazer isso. A gente está vendo reflexos de uma batalha de anos, mas ainda existe um caminho muito longo a ser percorrido para mais mudança”, detalhou em entrevista ao Extra. “O fato de ser nordestino sempre foi um problema em relação a piadas, brincadeiras… Falam do sotaque, da forma de vestir, brincam com a forma que você chama o nome das coisas. Conviver com isso sempre foi um problema. Até hoje ainda vejo uma forma pejorativa de nos tratarem”, afirmou o ator.
Renato Góes revelou que sempre houve um preconceito quando ele falava que era pernambucano. “Perguntavam de onde eu era, e, quando eu dizia que era pernambucano, tinha uma coisa de ‘Ah, vão dominar tudo’, ‘Mais um’, ‘Vocês estão querendo tomar tudo’. Era muito rotulado e só éramos escalados para fazer um trabalho de nordestino. O pior disso é que personagens nordestinos eram muito ocupados por pessoas do sudeste. A gente ficava implorando para fazer um papel que cabia a nós. E os que cabiam a nós éramos interpretados por outros”, disse.
O ator destacou que emagreceu mais de oito quilos para interpretar Tertulino e tirar a memória de José Leôncio da primeira fase em Pantanal. “Para esse [trabalho] eu emagreci bastante, para mudar o corpo que estava de peão. Não tenho nenhum tipo de cuidado e vaidade com a beleza que não seja voltado para o personagem”, sentenciou.