As atividades da Record África foram suspensas pelo governo de Angola, informou nesta segunda-feira (19) a agência de notícias alemã Deutsche Welle. A suspensão passa a valer a partir da meia-noite de quarta-feira (21). Nuno Carnaval, secretário de Estado para a Comunicação Social, fez o anúncio que foi transmitido pela TPA, a televisão pública angolana.
Para o Ministério das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), a medida surge na sequência da constatação de “inconformidades” em relação aos requisitos legais para o exercício da atividade jornalística em Angola. Em comunicado, ao qual a agência Lusa teve acesso, o ministério alega por exemplo “que a empresa Rede Record de Televisão (Angola), Limitada, que responde pela TV Record África, tem como diretor-executivo um cidadão não nacional”.
Outros canais também tiveram as atividades suspensas pelo governo local, caso de Zap Viva e Vida TV. “Infelizmente, as direções destas empresas não cuidaram de corrigir ao longo do tempo que vêm operando no mercado angolano. Por outro lado, estas empresas enquanto não procederem a correção em conformidade com os requisitos legais, estarão suspensas do exercício da sua atividade”, diz Nuno Carnaval.
Em 2020, a Igreja Universal do Reino de Deus virou alvo de uma investigação da Polícia Nacional de Angola e de uma disputa com pastores angolanos dissidentes dos brasileiros. Os templos foram ocupados em ações que envolveram violência física. Sete pastores da IURD em Angola foram notificados na quinta-feira (8) pelo governo local que devem deixar o país em no máximo oito dias. A Record ainda não comentou o assunto.