Com um currículo extenso no jornalismo, Natuza Nery relembrou o começo da carreira na política. A apresentadora do Papo de Política relatou que existem códigos feitos no Congresso Nacional e analisou a presença de mulheres no local. “Quando eu comecei no jornalismo, eu comecei direto no jornalismo político”, disse.
“Eu detestei que me mandaram para o Congresso Nacional, porque eu gostava do exato e não do subjetivo. A política é muito subjetiva. Quando eu cheguei lá e comecei a me situar naquele salão verde e azul. O salão azul é o senado e salão verde é o carpete da câmara dos deputados. Eu lembro que um senador cochichou pro outro e eu precisava descobrir qual era o caminho que o partido ia seguir, se ia votar contra ou a favor de um projeto que eu já não lembro mais”, afirmou ela no Altas Horas.
A jornalista contou que os políticos usaram um código ao fazer um sinal com a gravata. “E aí eles estavam usando código. E um jornalista veterano falou pra mim: ‘Repara. Isso aí que eles estão fazendo, ele está dizendo que vai orientar a favor, mas vai votar contra. Por isso que ele está alisando a gravata’. Aí eu falei: ‘Mas e se for mulher? Qual é o sinal?'”, declarou Natuza Nery.
“Foi ali que me caiu uma ficha poderosa: que, embora tivessem muitas jornalistas mulheres – não tenho estatística, mas tenho a impressão de que tem mais mulher cobrindo política do que homem -, os códigos políticos são todos masculinos até hoje. Eu vejo muita jornalista mulher cobrindo política, mas a política é um universo muito masculino e machista também, né? Porque uma coisa não está desassociada à outra. Um dia estará”, relatou.