Autora de Travessia, substituta de Pantanal na faixa das 21h da Globo, Gloria Perez falou pela primeira vez sobre o desempenho de Jade Picon nas primeiras cenas da nova novela. Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (9), a novelista disse que já assistiu a duas sequências gravadas pela influenciadora digital na trama que tem previsão de estreia para 17 de outubro. A escalação da novata para o trabalho causou polêmica no meio artístico.
“Assisti a duas cenas que ela já gravou. Elas me confirmaram o que eu vi no teste: a Jade está se saindo muito bem no papel. Logo vocês verão”, elogiou Gloria. Jade conseguiu uma autorização especial do Sated-RJ (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro) para atuar na novela. Como ela não tem registro trabalhista (DRT), a Globo terá que pagar 20% do contrato total da ex-BBB para o sindicato, mensalmente, até o fim da data de validade do documento.
Na opinião de Gloria Perez, a polêmica em torno do assunto não prejudica a novela e nem a atriz. “Vivemos em um momento em que as pessoas gostam de fazer polêmica por qualquer coisa. A arte não tem só uma porta de entrada. Por vezes, os atores estudam antes e chegam ao palco, mas muitas vezes eles chegam ao palco primeiro e vão estudando”, disse ela.
“A Jade tinha a aparência perfeita para essa personagem, fez o teste junto com outras garotas. Queríamos lançar uma nova atriz nesse espaço, um rosto novo na tela. E ela se saiu muito bem no teste. Essa polêmica nem ajuda nem atrapalha. Ela faz parte do cotidiano das redes sociais hoje, onde tudo é polêmico”, concluiu a autora de Travessia.
Na história de Travessia, Jade Picon irá interpretar Chiara, uma influenciadora digital vítima de notícias falsas. Em entrevista ao colunista Guilherme Ravache, do UOL, Ricardo Waddington, diretor de Entretenimento da Globo, negou existir um movimento específico da emissora líder para levar influenciadores para a televisão. Porém, segundo ele, as oportunidades são aproveitadas quando aparecem.
Sobre a escalação de um profissional para um trabalho por causa do número de seguidores, Waddington disse que “depende da natureza do projeto, mas no que diz respeito à dramaturgia, não tem nenhuma interferência. Não é isso que vai ditar a escolha. Em projetos comerciais, provavelmente alguma. Não há resistência, mas tampouco há um esforço [para escolher influenciadores digitais]. A escalação obedece a outros critérios”.
