A Jovem Pan realizou uma reunião com seus profissionais na última segunda-feira (12) para tentar diminuir a quantidade de elogios ao presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. O grupo de mídia comandado pelo empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, está com medo de sofrer punições da Lei Eleitoral e também pediu que fosse mantido um equilíbrio e evite ataques gratuitos a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenções de votos para a Presidência da República.
Segundo informações do colunista Gabriel Vaquer, do site Notícias da TV, a empresa ficou assustada depois que foi notificada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na semana passada, por divulgação de notícias falsas contra Lula e espaço desigual de elogios à gestão de Bolsonaro durante a cobertura da corrida presidencial. O órgão regulador da Justiça Eleitoral tem monitorado diariamente o conteúdo que é exibido nos programas jornalísticos da Jovem Pan.
A direção de Jornalismo do canal de notícias pediu compreensão dos chefes de programas mais exacerbados, como Os Pingos nos Is e 3 em 1. Apesar de a reunião ter sido considerada produtiva, há o consenso na emissora de que no calor das discussões ao vivo possa ocorrer exageros por parte de algum comentarista. O pedido para um comportamento mais equilibrado e menos militante a favor de Bolsonaro foi aceito. Mesmo sendo assumidamente apoiadora do político, há o receio de que o canal passe vergonha caso seja retirado do ar por causa de uma cobertura parcial.
As primeiras alterações nos programas exibidos no horário nobre da Jovem Pan já foram colocadas em prática. Daniel Caniato passou a apresentar Jornal Jovem Pan, enquanto Vitor Brown ficou no comando apenas de Os Pingos nos Is. Procurada pela publicação, o canal de notícias confirmou a reunião com jornalistas após a notificação do TSE. Uma das punições previstas para emissoras que descumprem a Lei Eleitoral está a retirada do canal do ar por 24 horas.