Maria Beltrão é uma das grandes jornalistas da Globo que conseguiu alçar a mudança de carreira do jornalismo para o entretenimento. A apresentadora concedeu uma entrevista para a Quem e brincou que, devido ao jeito espontâneo, a emissora jamais deixaria que ela apresentasse o Jornal Nacional, que atualmente é comandado por William Bonner e Renata Vasconcellos.
“A jornalista que está em mim nunca vai sair. Ela é minha essência no É de Casa, no Estúdio i ou no Jornal Nacional, que jamais me deixariam. Se houvesse essa realidade paralela, estaria ali a Maria jornalista querendo dar uma risada. Renata Vasconcellos, minha amiga, sabe que somos de planetas diferentes”, brincou a comunicadora.
A apresentadora relatou que sempre foi espontânea. “Não dá para querer agora ser comedida, mignon e rir baixo. Não era assim na GloboNews. Se tive que mudar o jornalismo porque não deu para segurar minha gargalhada… a vida inteira ouvi ‘Maria, menos’. E não levei a mal porque até as virtudes têm que ser lapidadas. Mas ri muito quando disseram no entretenimento ‘agora a gente vai te soltar’. Não vim com o chip da cerimônia. Quem está na chuva é para se molhar, e virar meme é uma honra. Eu acho um barato”, disse.
Após 25 anos no jornalismo convencional, Maria Beltrão pontuou que assuntos pesados eram difíceis para ela. “O hard news é um atropelo constante. Eu já tinha uma blindagem, mas não conseguia lidar com questões contra crianças, idosos e violência contra a mulher. É algo pessoal. Sempre tive dificuldades com essas pautas e sempre terei. São pautas com as quais eu fico conversando depois e tenho dificuldade de dormir. Eu tenho consciência de que o bem não faz ruído. Tem muito mais bem do que mal, mas o bem não chama atenção. É um exercício profissional”, declarou.