Alejandro Claveaux, intérprete do cantor sertanejo Deivid Cafajeste na série Rensga Hits!, descobriu um tumor na laringe durante a preparação para a produção do Globoplay, antes mesmo de iniciar as gravações. Em entrevista, o artista revelou que foi recomendado pelo médico a fazer uma cirurgia com urgência, mas optou por aguardar. “Foi um momento horrível, mas se operasse, não poderia falar ou cantar por um tempo. Decidi arriscar pela urgência que a gente tem em falar sobre o afeto entre homens e mulheres”, disse ele.
“Todos os atores que cantavam tiveram que fazer uma laringoscopia, para ver como estavam as cordas vocais, e eu descobri que tinha um tumor na laringe. Segundo o médico, deveria fazer uma biópsia e tirá-lo o mais rápido possível, porque poderia ser muito grave. Mas eu ia começar a fazer as aulas de canto e, se fizesse essa cirurgia, teria que ficar um tempo sem falar ou cantar, e eu disse que iria terminar o trabalho primeiro. Assumi o risco”, contou em conversa ao jornal O Globo.
Na trama, o cantor sertanejo interpretado pelo artista se envolve com seu segurança pessoal, Kevin Costa (Samuel de Assis), e, apaixonado, não sabe como tornar público esse amor. No entanto, a realidade do ator é bem diferente do personagem da ficção. “Já namorei mulheres, homens, e vivo minha vida do jeito que quero. Todo mundo sabe e está tudo bem, e se não estiver, o problema é de quem não se conhece e não se experimenta. A gente vai morrer daqui a pouco, o tempo é curto, nós vivenciamos isso com a crise sanitária. Como você não vai viver o que você é, como não vai viver os seus prazeres?”, questionou.
“A gente tem que naturalizar afeto, carinho e amor, e não o que a gente vê no jornal, crimes, homofobia, fascismo. Mas sei que é difícil falar em um lugar em que os homens não conhecem a própria próstata, o seu ponto de prazer. Os homens heterossexuais têm o mesmo prazer e podem passar uma vida inteira sem conhecê-lo. E a gente vê essa potência do feminismo acontecendo, e os homens não conseguem alcançar esse lugar. A partir desse autoconhecimento, posso me relacionar com mulheres e homens incríveis que vão entender o homem que eu sou. No mundo ideal, as pessoas se amariam sem pensar em gênero”, finalizou Alejandro Claveaux.