Com mais de 40 anos de carreira, Maria Padilha relembrou detalhes sobre a novela O Cravo e a Rosa (2000). Na reta final da reprise da Globo, a trama de Walcyr Carrasco pode ser considerada um dos grandes fenômenos dos últimos anos na televisão brasileira. Em entrevista, a atriz contou segredos dos bastidores.
Na história do autor da emissora carioca, a intérprete de Dinorah era conhecida como uma personagem engraçada. “Os desafios eram grandes, porque quando o Walter Avancini (1935-2001) me chamou, ele falou: ‘Você tem um tom de atriz, de fazer humor, que eu gostaria que fosse o tom da novela’. Eu fiquei super lisonjeada, mas por outro lado foi muita responsabilidade, ele me pediu várias situações de interpretação, ele achava que a Dinorá era uma pessoa que seduzia todo mundo o tempo inteiro”, disse.
A artista relembrou uma cena específica com Leandra Leal, que interpretou Bianca. “Eu me lembro de fazer uma cena com a Leandra Leal e eu parei de seduzir, porque eu não ia ficar seduzindo uma menina de 17 anos naquela época. O Avancini parou a cena e disse: ‘Perdeu o personagem?’, e eu disse: ‘Mas eu não posso ficar seduzindo a personagem da Leandra’ e ele: ‘Mas a Dinorah é assim, ela nem sabe que é assim’. Eu fiz como ele pediu e quando vi no ar não ficou como eu achei que ficaria. A direção do Avancini foi incrível”, pontuou.
A inspiração do papel de Dinorah em O Cravo e a Rosa foi Greta Garbo (1905-1990), uma atriz sueca e famosa por filmes nos anos 20. “O Avancini me deu uns quatro meses antes de começar a fazer novela uma incumbência muito incrível, ele falou: ‘Eu quero que você faça a Greta Garbo, mas nos filmes dela mudos, não nos filmes falados'”, relatou.