O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, confirmou que irá ao debate realizado pela Globo na quinta-feira (29). Antes de ser entrevistado no Jornal da Record, o atual chefe do executivo disse para seus apoiadores na porta do Palácio do Planalto que irá “entrar na sala do capeta”, em referência à emissora líder. O encontro entre os presidenciáveis será o último antes do primeiro turno das eleições, que acontece no domingo (2).
“Ele [Lula] vai porque lá é a terra dele, né? Ele vai porque é terreno amigo. Vou lá, vou entrar na sala do capeta”, disse Bolsonaro, levando os militantes ao delírio. No sábado (24), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não compareceu ao debate realizado pelo SBT em parceria com a CNN Brasil, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja e a rádio NovaBrasilFM.
De acordo com informações da colunista Carla Araújo, do UOL, a equipe de Bolsonaro admite que atualmente a prioridade da campanha é o debate da Globo. Auxiliares do atual presidente afirmam que será uma oportunidade importante de “continuar batendo” no petista. Segundo o colunista Tales Faria, a estratégia do ex-presidente será direcionar suas críticas à dobradinha entre Ciro Gomes (PDT) e Bolsonaro, além de atacar também o “padre” Kelmon (PTB), que não é reconhecido pelas Igrejas Ortodoxas do Brasil.
Globo pede ao governo Bolsonaro renovação de concessão de televisão
A Globo apresentou na última terça-feira (20), ao Ministério das Comunicações, a solicitação de renovação das concessões das cinco emissoras que ela mantém no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Recife. Desafeto da maior empresa de comunicação da América Latina, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) já ameaçou criar dificuldades para a renovação dos documentos, que vencem em 5 de outubro, três dias após o primeiro turno das eleições.
De acordo com a legislação vigente, o pedido de renovação de concessão de emissoras de televisão deve ser feito a cada 15 anos. A última renovação da líder de audiência foi feita em 2008, por meio de decreto do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de Bolsonaro já ter feito inúmeros ataques contra a Globo e ameaçado não renovar a concessão do canal, a decisão não acabe apenas ao chefe do Executivo.
“Da minha parte, para todo mundo, você tem que estar em dia [com a documentação exigida por lei para obter a concessão]”, disse ele em uma ocasião. “Não vamos perseguir ninguém, nós apenas faremos cumprir a legislação para essas renovações de concessões. Temos informações de que eles vão ter dificuldades”, completou o atual ocupante do Palácio do Planalto.
Fábio Faria, ministro das Comunicações de Jair Bolsonaro, disse em julho deste ano que o processo de renovação da concessão de TV aberta da Globo será “100% técnico” e não político. Na época, a rede ainda não havia apresentado a solicitação de renovação das outorgas. “Quando for dada a entrada [de renovação da concessão], vai ter critério 100% técnico, não vai ter critério político. O presidente [Jair Bolsonaro] já falou sobre isso diversas vezes. Se tiver tudo ok e quiser renovação, será renovada. Se não tiver tudo ok, não será renovada”, disse o marido da apresentadora Patricia Abravanel ao site Poder360.
A primeira concessão da Globo foi autorizada em 1957, pelo então presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), que aprovou uma emissora de televisão para a Rádio Globo. O sinal da TV, no entanto, só entrou em operação em 26 de abril 1965. A segunda autorização foi concedida por João Goulart (1919-1976), em 1962. As outras três concessões de televisão aberta da rede foram adquiridas pelo empresário Roberto Marinho (1904-2003) de outros empresários. O requerimento de renovação ao Ministério das Comunicações foi feito em nome da Globo Comunicação e Participações, que faz parte do Grupo Globo.