Apesar das incertezas provocadas pelas oscilações de humor de Silvio Santos, a diretoria do SBT já tem estudado mudanças em sua grade para o segundo semestre. Dentre as prioridades estabelecidas pelos executivos, estão a viabilização de um programa esportivo diário e de uma reformulação na programação matinal, faixa importante na disputa pela vice-liderança com a Record. Por enquanto, um dos projetos mais avançados envolve o retorno do Aqui Agora na faixa matinal, ocupando parte do espaço atualmente destinado ao Primeiro Impacto.
Gostem ou não, o Primeiro Impacto é vice-líder isolado desde 2018 e foi o responsável por dar um ponto final na hegemonia dos telejornais da Record, que até então disputavam a liderança com a Globo. E, apesar de ser alvo de diversas críticas dos telespectadores e da crítica especializada, a atração é um fenômeno comercial. Há algumas semanas, o policialesco passou a ser patrocinado por uma rede de óticas, e diversas marcas tem interesse em protagonizar uma ação de merchandising durante o programa.
O noticioso, porém, poderia render ainda mais para os cofres do SBT: uma inserção de 30 segundos com veiculação em (quase) rede nacional é comercializada por R$ 76.500,00. Pode parecer muito, mas a Record cobra quase o dobro para um anúncio no Fala Brasil, que tem menos público do que Dudu Camargo, Darlisson Dutra e Marcão do Povo. A razão disso é bem simples, e não envolve os tradicionais descontos praticados pela Record.
Atualmente, o Primeiro Impacto é comercializado das 6h às 10h30. Deste espaço, duas horas são destinadas para a produção de conteúdos regionais das afiliadas, o que acaba inviabilizando a garantia de veiculação dos anúncios em rede nacional — até mesmo praças do Painel Nacional de Televisão, como Curitiba, só iniciam a exibição do Primeiro Impacto às 8h. A faixa da madrugada, entre 4h e 6h, sequer é comercializada pela emissora de Silvio Santos.
Com a criação de um telejornal para às 8h, o SBT poderá equiparar sua tabela de preços com a da concorrência. O título Aqui Agora conta com a simpatia dos executivos da rede, que acreditam que o dono do Baú ainda tenha boas recordações do auge do telejornal e não vá criar maiores empecilhos para o retorno do projeto.
No entanto, ainda existe outro problema para a diretoria resolver. Qualquer novidade para a faixa matinal só sairá do papel quando o Vem Pra Cá já estiver estabilizado em algum horário ou cancelado: ninguém se arrisca a mexer ali enquanto o acionista seguir tentando emplacar o programa de sua filha. Nesta quarta (28), ele foi migrado para a faixa da tarde. Resta saber até quando ficará ali.