Marco Pigossi, que se assumiu gay em 2021, revelou que antes de falar publicamente sobre a sua sexualidade, teve muito receio de “sair do armário”, por medo de que isso pudesse afetar a sua trajetória artística. Em entrevista ao podcast Calcinha Larga, o ator, que é um dos protagonistas de Cidade Invisível, série da Netflix, contou que se descobriu gay muito cedo. “Me descobri gay muito cedo e veio uma fama muito grande para mim também”, relembrou.
“Tinha o peso da coisa do armário. E tinha a coisa do galã. Sair do armário, para mim, não era para minha mãe e para os meus amigos. Era para milhões e milhões de pessoas”, disse ele. O ator ainda afirmou que por medo de perder trabalhos na TV, acabou se beneficiando do “privilégio do armário”, como ele mesmo classificou. “Isso tomou uma proporção tão grande… E me escondi dentro desse privilégio, dentro desse armário, por muitos anos porque eu não tinha condição, tinha muito pânico de qualquer coisa acontecer”, relembrou.
“Eu nunca vou conseguir sentir o que a Erika [ Hilton, deputada e mulher trans] sentiu. Cada um tem o seu processo nesse lugar… Sempre usufruí desse privilégio do armário”, destacou. O artista ainda comentou sobre o documentário Corpolítica, que mostra candidaturas LGBTQ+ nas eleições municipais do Rio de Janeiro, em 2020, que contou com a participação da deputada.
“Esse projeto está num lugar muito especial no meu coração porque durante toda a minha carreira, no alto do meu privilégio, esse privilégio que tem um homem cis, branco, classe média etc., eu sempre tive no meu coração uma vontade de falar sobre isso, de colocar essa questão. Eu nunca tive uma referência, por exemplo”, afirmou Marco Pigossi.