A Record estreia na segunda-feira (10), no Jornal da Record, a nova série sobre tráfico humano com uma reportagem produzida de forma inédita na TV aberta brasileira. Pela primeira vez, uma emissora apresenta uma reportagem em um telejornal com uso da linguagem dos quadrinhos. As reportagens são de Thais Furlan, Fernanda Camargo, Daniel Arcanjo e Lucas Bueno, com coordenação de Rosana Teixeira.
O tráfico internacional de pessoas é o segundo crime mais rentável no mundo, atrás apenas do de drogas e armas, e movimenta R$ 183 milhões por ano. A nova série especial, “Aprisionadas”, conta, em quatro reportagens, o drama vivido por brasileiras vítimas desse tipo de crime. Todos os casos têm um ponto de partida em comum: o aliciamento pelas redes sociais. Quatro temas serão desenvolvidos: grupos extremistas, tráfico de órgãos, exploração sexual e escravidão contemporânea.
A repórter Thais Furlan teve acesso a denúncias de mulheres que eram levadas, num esquema criminoso de tráfico de órgãos, para o exterior. Uma delas, traumatizada, não quis gravar entrevista para as câmeras, mas narrou em áudio tudo o que aconteceu. E, para contar essa história, a equipe do Jornal da Record, aposta no jornalismo em quadrinhos.
Para não expor essa vítima, a segunda reportagem da série, exibida na terça-feira, une o desenho e a voz para apresentar um crime. Alexandre de Maio, uma das maiores referências do país em jornalismo em quadrinhos, faz parte desse projeto. Jornalista premiado no Brasil e no mundo, ele prova que os quadrinhos também podem informar. A história é real e, por meio do desenho, é possível revelar detalhes do local, do suspeito e de todas as situações. Imagens que a Record não mostra para preservar a vítima, mas, com o uso da HQ, ajuda o telespectador a entender a história.
O projeto foi desenvolvido pela Diretoria de Conteúdo, que busca novos formatos e linguagens para o jornalismo da Record. Muitos relacionam os quadrinhos a uma leitura juvenil, mas, com esta reportagem, o público vai se dar conta de como os desenhos podem ser uma ferramenta importante para informar, com clareza e precisão.
Antes, a série estreia, na segunda-feira, com o caso de uma jovem de 19 anos que se envolveu com grupos extremistas e viajou para a Turquia. Desde então, a família, que vive em São Paulo, não consegue ter notícias de seu paradeiro. E na matéria sobre exploração sexual, no ar na quarta-feira, destaque para a ação de agentes da imigração de Londres que salvaram uma brasileira de ser vítima deste crime que afeta quase 5 milhões de pessoas no mundo.
A última reportagem da série revela como duas mulheres bem-sucedidas tornaram-se vítimas da chamada escravidão contemporânea. Enganadas por homens que prometiam uma vida de luxo e fantasia na Turquia, as brasileiras, quando se encontraram com os companheiros, perceberam que a realidade era completamente diferente. Elas não podiam sair de casa, faziam serviços domésticos, cuidavam de idosos, e eram castigadas diariamente.