Amora Mautner detonou Cássia Kis após a atriz surgir em um vídeo ajoelhada na rua rezando contra o “comunismo”. De acordo a diretora de novelas da Globo, ela é “traumatizada” com a intérprete da personagem Cidália de Travessia. “Sempre foi do mal e maluca. Sou traumatizada com essa pessoa. Má. Ela é má”, escreveu a profissional nos comentários de uma postagem em uma rede social de fotos. Amora e Cássia trabalharam em produções como a minissérie Mad Maria (2005) e a novela das nove A Regra do Jogo (2015).
Amora Mautner escreveu o comentário em uma postagem do ator José de Abreu em uma plataforma de fotos. O ator de Mar do Sertão publicou um registro em que Cássia Kis aparece ajoelhada no meio da rua ao lado de manifestantes golpistas apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde 30 de outubro que eles imploram pela anulação das eleições que assegurou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente do Brasil até 2026. “Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós e livrai-nos do comunismo”, grita a atriz da novela de Gloria Perez. Kis aparece vestida com uma camisa escrito “aborto, não”.
Amora Mautner e Cássia Kis foram colegas de trabalho em Mad Maria (2005), JK (2006) e A Regra do Jogo (2015). Em outubro, a diretora de tramas da Globo já havia se manifestado contra Cássia Kis nos comentários de uma publicação do colunista Leo Dias que repercutia a insistência da intérprete em enviar mensagens políticas para colegas da emissora em um aplicativo de mensagens. “Bizarra, vilã da vida real, horror de ser humano” comentou Amora. Na novela de João Emanuel Carneiro, a artista fez uma participação como Djanira, que morreu nos primeiros capítulos da história.
Cássia Kis ganha apelido maldoso nos bastidores da Globo
Cássia Kis tem colecionado polêmicas nos últimos meses desde que fez comentários homofóbicos, militou contra o aborto e passou a adotar discursos antidemocráticos em defesa da permanência Bolsonaro (PL) na Presidência da República, mesmo após a derrota para Lula nas eleições de outubro. Nos bastidores dos Estúdios Globo, onde é gravada a novela Travessia, folhetim das 21h escrito por Gloria Perez, a intérprete de Cidália tem ganhado inimizades.
De acordo com informações do colunista Valmir Moratelli, de Veja, a atriz de 64 anos ganhou o apelido maldoso de “pastora louca” nas rodas de conversas na Globo. O nome é em referência a um meme do começo dos anos 2000, quando uma menina de sete anos ganhou fama por pregar de forma enérgica nos cultos de igrejas evangélicas. Cássia, porém, não é evangélica, mas católica. Ela também tem sido chamada de Perpétua, a beata de Tieta, clássico de Jorge Amado que ganhou uma versão na televisão em 1989. Na ocasião, a personagem foi interpretada por Joana Fomm.
Em outubro, a Globo chegou a divulgar um comunicado se posicionando sobre os comentários homofóbicos de Cássia Kis. Em transmissão na internet com a jornalista Leda Nagle, a artista disparou homofobia, militou contra o abordo e criticou até métodos contraceptivos. “A Globo tem um firme compromisso com a diversidade e a inclusão e repudia qualquer forma de discriminação”, diz a nota enviada pela Comunicação da emissora. Mesmo com a pressão interna e externa, a empresa decidiu não tomar nenhuma atitude contra a atriz.
A situação protagonizada pela artista chegou a ser tema de conversa entre José Luiz Villamarim, diretor de Dramaturgia, e Ricardo Waddington, diretor dos Estúdios Globo. Os diretores chegaram ao entendimento que uma saída antecipada de Cássia Kis poderia causar ainda mais danos. Antes da estreia de Travessia, a veterana afirmou que a novela das 21h será sua última trama da carreira e que vai se aposentar logo após o término das gravações. Ela, no entanto, poderá fazer trabalhos em acordos por obra. A terceira temporada da série Desalma, da qual é protagonista, é um deles.