Lilia Cabral estreou a peça A Lista em que atua com a filha, Giulia Bertoli. A artista foi entrevistada pelo site NewMag, relembrou momentos da carreira e falou sobre o papel de Regina Duarte no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). A atriz destacou que a pasta da Cultura foi muito afetada no período.
“Essa é uma questão muito delicada… Não concordo com a Regina [Duarte], mas respeito os atores e a opinião deles. O que aconteceu nos últimos quatro anos foi muito sofrido para a Cultura e para a classe artística como um todo. Não critico meus colegas, da mesma forma que não me sinto à vontade para falar abertamente de uma colega com quem posso voltar a trabalhar. Minha autoridade está no meu pensamento e na minha postura”, disse a eterna Catarina, de A Favorita.
Leia também: Indicada ao Emmy, Lilia Cabral relembra vilã em Páginas da Vida
Leia também: Lilia Cabral relembra passado difícil com a família: “Me ameaçou”
No ar em Chocolate com Pimenta, como Bárbara, a atriz relembrou papéis antigos como a Marta, de Páginas da Vida. A personagem era uma mulher politicamente incorreta. “Você sabe que já naquela época muitas pessoas concordavam com ela? Algumas senhoras me abordavam dizendo que ela tinha razão, que estava certa em ser como era. Ouvi de muitas mulheres que entregariam a neta [Clara] para adoção. O Manoel Carlos quando precisa abordar uma questão, vai fundo e escreve com muita convicção, por isso é o grande autor que ele é”, relembrou.
“Eu lembro de uma cena da Marta que tinha seis páginas de puras aberrações. Eram coisas nas quais ela acreditava. Esse tipo de pensamento sempre existiu, mas era velado. A grande diferença é que, de lá para cá, deixou de ser velado”, relatou Lilia Cabral.