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JOÃO CAMARGO

Após demissões, novo chefão da CNN quer levar emissora para TV aberta

Imagem com foto da redação da sede da CNN Brasil em São Paulo
Após demitir mais de 120 profissionais, CNN Brasil tem plano ambicioso de expansão do negócio e pode ter sinal na TV aberta (foto: Reprodução)

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Sem muito o que comemorar, a CNN Brasil completa três anos no Brasil em março de 2023. Após mudar de direção por três vezes, o canal de notícias agora comandado pelo empresário João Camargo ainda tem sonhos ambiciosos para os próximos anos. De acordo com informações publicadas, a marca CNN tem como meta se transformar em um conglomerado de mídia, com televisão aberta, rádio e presença forte nas plataformas digitais no país. O novo chefão se tornou sócio da empresa de mídia de Rubens Menin e pretende colocar a casa em ordem para dar início em novos investimentos.

Em conversa com Guilherme Ravache, colunista do UOL, Camargo justificou as recentes mais de 120 demissões de funcionários na CNN Brasil, que atingiu nomes conhecidos como as apresentadoras Monalisa Perrone e Gloria Vanique. “As demissões são difíceis, principalmente porque tivemos de cortar pessoas talentosas. Gente brilhante que construiu a CNN”, afirma o executivo. Segundo ele, os cortes não poderiam ser postergados. “Quanto mais demorasse, pior ficaria a saúde do negócio”, detalhou. A estimativa é que mais de um terço dos custos do canal tenham sido cortados em pouco mais de um mês.

Além da demissão de profissionais, a CNN Brasil também teve que renegociar o contrato de aluguel de sua sede, que fica na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, uma das áreas mais caras do país. “Chamamos os responsáveis e explicamos a situação. No caso do aluguel, mostramos que se o valor não fosse reduzido, teríamos de mudar. O valor foi reduzido, mas se não tivesse diminuído mudaríamos mesmo, não blefamos”, disse ele, que já tinha até outro endereço para a empresa nos planos. “Obviamente, haveria custo de cabeamento, mudança e talvez tivéssemos de esperar alguns meses, mas se não chegasse no valor, não ficaríamos”, contou.

Outro ponto levantado por João Camargo é que a gestão da CNN era muito inchada, com muitos vice-presidentes e diretores. Isso causava uma demora na tomada de decisões. “Era uma loucura. Havia sete vice-presidentes e 34 diretores. Estrutura de Rede Globo. Muito grande para nosso tamanho. Quando um queria fazer algo tinha de alinhar com os outros presidentes e diretores que pediam para as secretárias agendarem e nada acontecia em menos de seis meses. […] Estamos cortando custos, mas também trabalho muito próximo ao comercial para ajudar a trazer novas receitas”, aponta. Camargo citou como exemplo um acordo com as operadoras Vivo e Claro, que possibilitará veicular publicidade regionalmente: “Hoje, se um governo estadual ou uma empresa quiserem anunciar somente em uma determinada região do país, não conseguimos. Mas agora teremos essa possibilidade, começando com os estados do Rio de Janeiro e São Paulo”.

CNN Brasil na televisão aberta

João Camargo explica na entrevista para Guilherme Ravache que pretende reinvestir todo o lucro da CNN Brasil até 2027. Para isso, é necessário arrumar as finanças para conseguir aumentar a empresa. “A galinha dos ovos de ouro estava secando, temos de deixá-la saudável. Precisamos arrumar a casa para conseguir expandir o negócio. Vamos reinvestir na própria CNN todo o lucro até 2027. Rubens [Menin, acionista e proprietário] e eu também estamos comprometidos a fazer novos investimentos para expandir o grupo. A partir de abril, estaremos estudando o mercado e se surgirem novas oportunidades, podemos comprar outras empresas de mídia”, revela. No radar da nova gestão estão emissoras de televisão aberta, rádio e sites de notícias.

Por enquanto, a prioridade será transformar a CNN Brasil em multiplataforma. “Vamos investir bastante no digital. Já somos muito fortes no YouTube, fomos o primeiro canal de notícias a estrear no Amazon Prime, e estamos negociando com diversos fabricantes de eletroeletrônicos para estarmos embarcados nas TVs e demais dispositivos. Também estaremos em 4 plataformas de TV pela internet. “Não entrei para tapar buraco ou ganhar um troco, entrei pelo projeto”, diz ele. “Queremos criar um grande conglomerado de mídia”, afirma o novo chefão da CNN. Na conversa, ele cita Roberto Marinho, que herdou a Globo de seu pai e transformou o conglomerado na maior empresa de mídia do país. “Tenho 61 anos, e sem querer comparar, mas em minha defesa posso dizer que o Roberto Marinho começou a TV Globo com 62 anos”, diz.

Na tentativa de reduzir custos e alcançar o chamado breakeven, o novo presidente executivo, João Camargo, pretende tirar a empresa do vermelho até março de 2023. Para isso, a programação já contou com mudanças, abrindo mais espaço para as notícias do momento, com o chamado conteúdo de hard news. Entre os jornalistas de vídeo que foram dispensados da CNN Brasil estão Monalisa Perrone, Gloria Vanique, Sidney Rezende, Kenzô Machida, Heloísa Vilela, Danúbia Braga, Alexandre Borges, Roberta Russo, Isabella Faria, Bruna Ostermann, Anthony Wells, Everton Souza, Bruna Carvalho, Gabrielle Ravasco e Rita Wu.

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