Demitida da Record por e-mail após 16 anos na emissora, a apresentadora Carla Cecato está em busca de um novo emprego. Em seu perfil no Instagram, a jornalista pediu ajuda aos amigos para conseguir ser realocada no mercado de trabalho. “Estou disponível para trabalhos, parcerias comerciais, apresentações, palestras, tudo que fiz e faço há muito tempo, e nos últimos 16 anos na Record TV”, avisou a jornalista.
“Por favor, divulgue meu Instagram para amigos que saibam que gostam de mim! Creio que a internet é o novo meio de comunicação e eu quero muito trazer minhas senhorinhas, minhas amigas, amigos, para o meu canal aqui e no YouTube, que se Deus quiser vou conseguir retomar!”, pediu a ex-apresentadora do SP Record e Fala Brasil.
A demissão de Carla Cecato causou surpresa no público, mas já era esperada por boa parte dos profissionais que trabalhavam com a jornalista na Record. Nos bastidores, há a leitura de que ela se tornou uma funcionária cara e com rendimento extremamente baixo. A emissora desembolsava R$ 65 mil mensais para que a apresentadora do Fala Brasil – Edição de Sábado trabalhasse apenas dois dias por semana, e estivesse no ar em apenas um deles. No outro, ela apenas fazia a prova do figurino que seria usado na bancada do telejornal.
A emissora não podia propor uma redução salarial para Cecato porque ela virou celetista em 2014, ou seja, era uma funcionária contratada nos moldes da Consolidação das Leis Trabalhistas, como a maior parte dos trabalhadores do país. E uma dessas leis prevê justamente que o colaborador não pode ter seus vencimentos reduzidos, exceto se for uma alteração coletiva ou feita em acordo coletivo com o sindicato.
Apesar do desequilíbrio entre função e ganhos, a jornalista era uma funcionária exímia na arte de apoiar a empresa. No início do ano, ela chorou copiosamente ao vivo a passar o bastão das edições diárias do Fala Brasil para Mariana Godoy, e não precisou receber ordens superiores para isso. Em 2018, foi uma das poucas apresentadores que vestiu publicamente a camisa do posicionamento político adotado pela emissora.
Diante disso, os executivos colocaram na balança outros fatores que envolviam a situação da âncora. A emissora se recordou dos incontáveis atestados médicos apresentados pela jornalista nos últimos anos: no final de 2019, ela disse que estava tendo sua saúde prejudicada por comandar o Fala Brasil de segunda a sexta. Afirmou que sua jornada de trabalho, que se iniciava às 6h da manhã, prejudicava o seu sono e era prejudicial a sua saúde. A direção aceitou e, após um afastamento, a realocou nas edições de sábado do telejornal.