De 2005 até 2023, Maju Coutinho teve um longo caminho na televisão. A apresentadora está no comando do Fantástico desde 2021 e afirmou que a televisão está mudando. A comunicadora relatou que consegue enxergar a diversidade nos cargos de decisão.
“Passei por todos os laboratórios de TV, peguei o microfone e descobri o que queria para minha carreira. E aí o caminho foi sendo trilhado aos poucos. As coisas mudaram muito. Se olharmos para a tela da TV hoje, vemos mais diversidade. É nítida essa diferença, o que é importante, mas tenho pleiteado que isso avance também para cargos de decisão, na tela e atrás dela”, disse ela em conversa com o Meio & Mensagem.
Em 2015, Maju Coutinho foi alvo de ataques racistas e relatou o que espera que as pessoas façam ao passarem por algo dessa forma. “O que espero com o episódio é que o racismo deve ser denunciado e abraçado por todo mundo. É uma luta por todos, e não apenas pela comunidade negra. E, sempre que acontecer com alguém de projeção, que isso se reverbere para quem não tenha, para entender os caminhos a serem seguidos. Racismo mata”, pontuou.
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“Não sou da hashtag e das postagens, mas tenho conseguido, na medida do possível, me posicionar por meio das pautas sobre os temas que gostaria de falar. Não é uma luta individual, é coletiva. E, se hoje consigo me posicionar, é porque muita gente veio antes e abriu caminho. Não é simples quando você ainda não é maioria no espaço de decisão. Ainda estamos no processo de ocupar mais espaço”, contou.
Questionada sobre se existe uma fórmula mágica para o sucesso, a apresentadora declarou o que acredita. “Há o mínimo de talento, que devemos ter. Mas há, também, muita resiliência, muito apoio da família e um processo terapêutico de 20 anos. Isso tudo me ajudou muito a enfrentar vários desafios que encontrei no caminho. E, acho que tem ainda a sorte, não dá para descartar o papel dela nessa trajetória. Existem muitas mulheres como eu, articuladas. Então acho que foi talento, esforço, sorte e preparo espiritual e emocional da mente”, disse.
“Sou uma mulher negra em uma sociedade muito racista, e o olhar para mim já parte da lente da desconfiança e incapacidade. Sou recebida por esse olhar, e, se acreditasse nele, não estaria nesta entrevista agora. Esse é o maior desafio, porque você precisa se esforçar para não acreditar nesse olhar e não adoecer por isso, pois é um problema do outro, e não seu. E não é sobre se achar o máximo, mas encontrar essa medida”, destacou.