A Record demitiu a jornalista Mariana Martins na manhã desta terça-feira (25). Ela trabalhava na emissora há dois anos e era a titular da edição matinal do Balanço Geral em Goiânia, e não raramente era convocada para cobrir férias e folgas dos titulares do Goiás Record, principal telejornal local da emissora. Nos bastidores, comenta-se que ela foi demitida por conta de seu rendimento abaixo das expectativas no fator comercial e também em audiência. Ela nega, e diz que foi vítima de assédio e machismo.
Com o desligamento de Mariana, o Balanço Geral Manhã de Goiás passará a ser comandado apenas por Marcelo Vidal. O jornalista chegou na emissora pouco antes de sua agora ex-parceira de bancada, mas custava muito menos aos cofres do canal, e era avesso ao uso de redes sociais de forma intensa.
O TV Pop apurou que a gota d’água para a Record foram as constantes mudanças de visual feitas por Mariana Martins sem o consentimento prévio da diretoria regional. Na última transformação, ela virou meme nas redes sociais — e a cúpula da rede se incomodou com a ridicularização da imagem de sua funcionária. Além disso, ela já estava sendo vista como “blogueira” por boa parte de seus colegas de trabalho, priorizando fontes de renda extra fora da televisão.
Em suas redes sociais, a jornalista confirmou que foi demitida e culpou a pressão por aumento da audiência do telejornal, que não raramente ficava em quarto lugar na sua faixa horária. “A busca pela audiência não pode maltratar e nem coagir o funcionário. Eu vivi várias situações de constrangimento, em que deixaram claro para mim que queriam me transformar em outra pessoa”, desabafou.
“A situação mais grave aconteceu no dia 4. Me levaram para uma reunião, com várias pessoas, e foram apresentados vários números de audiência. A emissora perdeu público C, que é o público alvo da Record, e ganhou público AB. A culpa, porém, não é da Mariana. E nessa reunião colocaram várias fotos das minhas redes sociais. Fotos minhas de biquíni, fotos minhas de viagens, e queriam que eu transformasse as minhas redes sociais”, lamentou.
“Isso não está certo. No contrato que a gente assina não tem nada que eles podem gerir as nossas redes sociais. É a minha individualidade. Eles fazem pressão na gente, fazem tortura psicológica. Não é esse preconceito e esse machismo que vão diminuir a história que eu construí”, concluiu a jornalista.