Amor Perfeito é uma novela que tem sido vendida como algo revolucionário para a dramaturgia brasileira. Camila Queiroz, protagonista, já havia salientado que a trama irá abordar o racismo de maneira bem diferente do que já foi retratado até o momento nas novelas. Desta vez, Juliana Alves afirmou que a história não irá negar um Brasil que já foi negado em outras novelas.
“É uma novela de época completamente diferente do que já foi visto. Se propõe, não se nega a mostrar um Brasil que nos foi negado em outras tramas de época que foram sucesso. A gente sabe que tem algumas camadas nessa sociedade que foram omitidas pela própria construção do Brasil, por essa estrutura de poder e visibilidade que temos. É muito legal ver a Wanda empreendedora na alta sociedade, se colocando, e ver a possibilidade de culturalmente estar expressada essa cultura negra visualmente também, além do afeto”, declarou ela.
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Autora de grandes sucessos como Órfãos da Terra (2019), Duca Rachid relatou que as pesquisas feitas foram muito importantes para o desenvolvimento da trama de Amor Perfeito. “Descobrimos coisas incríveis que estão escondidas, fotos de clubes, em que as pessoas tinham esse visual e estamos tentando resgatar para a novela também. Isso afetou muito o nosso trabalho, não só esteticamente, mas o conteúdo. Não estamos inventando nada, mas mostrando que já existia, sempre existiu. Isso é muito importante”, analisou ao Extra.
Elísio Lopes Jr., também autor da novela, revelou que o figurino para Juliana Alves é uma referência ao que sempre esteve presente, mas nunca foi mostrado. “As tranças sempre estiveram lá. Tenho fotos da minha avó nos anos 40 com seu coque e de trança. É importante que a gente pise nesse chão e entenda que nem todas mulheres todas deviam alisar o cabelo nos anos 40, não era uma coisa simples. O Brasil tinha suas raízes e esse país nós não estamos inventando. Estamos propondo que ele venha para a tela junto com essa história. Vai mudar um pouquinho o prisma, mas estamos falando de verdade”, disse.