O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro divulgou um comunicado na noite de terça-feira (4) após a Globo demitir dezenas de profissionais do departamento de Jornalismo. No texto, a entidade diz que a empresa foi covarde e agiu em tentativa de coibir os trabalhadores a participarem de assembleia relacionada a campanha salarial. Além da cabeça de rede, também houve demissões na Globo através das filiais da companhia em Recife e Belo Horizonte. Novas demissões podem ocorrer nos próximos dias em São Paulo e Brasília.
O que você precisa saber
- O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro se manifestou sobre o passaralho feito nas emissoras da Globo;
- O órgão diz que a emissora está sendo covarde e acusa a empresa de ter tentado coibir seus funcionários de participarem de assembleias;
- A instituição promete ainda denunciar a líder de audiência ao Ministério Público do Trabalho.
“A TV Globo vive hoje um dia de terror. Em plena campanha salarial, um pouco antes e durante a assembleia geral dos trabalhadores realizada no início da tarde desta terça-feira (4), a empresa demitiu 11 (onze) jornalistas! Um ato de truculência que envergonha a TV Globo! Uma covardia com todos os trabalhadores! Além de caracterizar explicitamente uma prática antissindical e a tentativa de coibir os trabalhadores a participarem da assembleia”, diz a nota divulgada pelo órgão.
“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro repudia as demissões e vai protocolar denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho contra a arbitrariedade e o inaceitável assédio moral no momento mais decisivo da campanha salarial, quando é apreciada a proposta patronal para a renovação da Convenção Coletiva e os trabalhadores buscam reduzir perdas econômicas e assegurar melhores condições de trabalho”, prossegue o comunicado.
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“Na semana passada, o Sindicato já havia sido surpreendido com o aviso de que a empresa, ‘embora sólida financeiramente’, passaria por um processo de ajuste e, em consequência, promoveria “demissões pontuais” nos meses de abril e maio. Na oportunidade, manifestamos nossa posição contrária a processos de demissão em massa e cobramos informações sobre a quantidade e o perfil dos profissionais que seriam atingidos”, protestou o sindicato.
“Pois antes que essas informações chegassem à entidade sindical, as demissões começaram de forma brutal, como poucas vezes aconteceu na empresa. O Sindicato reforça seu repúdio veementemente à postura da direção da TV Globo que, mais uma vez, penaliza justamente aqueles que são seu principal patrimônio, os trabalhadores. Uma vergonha!”, lamentou a organização. Entre os demitidos estão nomes como os repórteres Monica Sanches, Thaís Itaqui, Marcelo Canellas, Eduardo Tchao, Luciana Osório, Giuliana Morrone, Flavia Januzzi, Fábio Turci e César Galvão; os diretores regionais de Jornalismo Jô Mazzarolo e Marcelo Moreira; os apresentadores Leila Sterenberg, da GloboNews, e Fábio William, da Globo Brasília.
A Globo divulgou seguinte comunicado sobre as demissões:
A Globo, assim como as demais empresas de referência do mercado, tem um compromisso permanente com a busca de eficiência e evolução, mas lamenta quando se despede de profissionais que ajudaram a escrever e a contar a sua história. Isso, no entanto, faz parte da dinâmica de qualquer empresa. Os resultados da Globo refletem a boa performance do conjunto das suas operações e uma constante avaliação do cenário econômico do país e dos negócios. Como parte do processo de transformação pela qual vem passando nos últimos anos e alinhada à sua estratégia, a empresa mantém a disciplina de custos e investimentos em iniciativas importantes de crescimento.