A Rede Massa, TV de Ratinho e parceira do SBT no Paraná, causou revolta nas redes sociais após usar a tragédia que ocorreu em uma creche de Blumenau, em Santa Catarina, para fazer propaganda de uma funerária. Na quarta-feira (5), o apresentador Lucas Rocha, do programa jornalístico Tribuna da Massa, interrompeu uma reportagem com a cobertura do caso para a exibição de um merchandising de uma empresa de serviços póstumos.
O que você precisa saber
- A Rede Massa, afiliada do SBT controlada pelo apresentador Ratinho, aproveitou a tragédia de Blumenau para vender planos funerários;
- Lucas Rocha, apresentador do Tribuna da Massa, interrompeu a cobertura do caso para falar de uma funerária de Curitiba;
- O jornalista e um garoto propaganda citaram o crime na ação de merchandising;
- A propaganda de mau gosto não repercutiu bem entre os telespectadores.
O noticioso do canal sediado em Curitiba mostrava o drama dos pais das crianças assassinadas em uma creche quando interrompeu a atração para fazer o comercial de uma funerária. “Tem momentos na vida que são muito difíceis. E até por isso que todos os dias a gente traz aqui a Luto Canaã, que é uma empresa que a gente confia na hora que a gente mais precisa. Fala pra gente sobre isso, por favor, Ed”, pediu o comunicador contratado da TV de Ratinho ao responsável pela propaganda da companhia.
“Exatamente. Esse momento triste que a gente está vendo agora, essa tragédia, você imagina os pais dessas crianças, que levaram as crianças de manhã para uma creche e não vão ter eles à noite, né?”, disse o garoto-propaganda. “A morte chega quando a gente menos espera, e a gente fala disso todos os dias, da importância de você estar preparado com essa empresa aqui, ó! A Luto Canaã, que tem na sua logo aqui ‘sua família em boas mãos’, porque é nesse exato momento que você não tem cabeça pra nada, não consegue decidir nada, não consegue falar com ninguém, você quer simplesmente estar naquele momento dando adeus pra pessoa que você ama”, finalizou.
Nas redes sociais, a situação causou revolta nos telespectadores. “Vivemos a normatização do absurdo. Como se já não fosse de extremo mal gosto veicular um comercial de funerária logo após uma tragédia como a da creche de Blumenau, o apresentador ainda usa as vítimas como gancho pra vender plano crematório. A ética morreu na TV brasileira”, escreveu um perfil. “Enquanto não tivermos uma legislação dura contra programa policialescos/sensacionalistas na televisão aberta vai ser daí pra pior. Não é apenas ‘normalização’, a emissora tá fazendo dinheiro com a desgraça das pessoas”, criticou outro. “Meu Deus, que horror! Isso é muita canalhice”, disse outra conta.
