A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) comunicou nesta sexta-feira (7) que a Globo dispensou na última semana mais de 50 profissionais em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Recife. Por causa das demissões, a entidade começou a organizar um protesto em parceria com sindicatos de jornalistas e radialistas para próxima terça (11). O objetivo será levar carros de som até as sedes do canal nas capitais que foram atingidas pelos cortes.
O que você precisa saber
- Depois de dois dias marcados por demissões em massa, a Globo terá que lidar com protestos em suas sedes;
- A Federação Nacional dos Jornalistas irá fazer manifestações na porta da emisisora em cinco grandes metrópoles;
- “Vamos colocar carro de som“, afirmou Thiago Tanji, presidiente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
“A Fenaj, em conjunto com os Sindicatos de Jornalistas e Radialistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, prepara uma ação no próximo dia 11 (terça-feira), a partir das 13 horas, contra a Rede Globo, pela demissão em massa de mais de 50 trabalhadores, entre eles, repórteres, produtores, apresentadores e técnicos. O ato unificado contra a demissões acontecerá nas sedes da emissora em São Paulo, no Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco”, disse a entidade em publicação nas redes sociais.
Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e secretário adjunto de Mobilização da Fenaj, explicou em conversa com a colunista Fábia Oliveira, do Metrópoles, que a ação também tem como finalidade tentar negociações para os trabalhadores demitidos. “De fato, as demissões foram muitas. Com isso, a gente entende como uma dispensa coletiva, até por conta do âmbito. Foram demissões em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Brasília, Recife, Belo Horizonte… ou seja, em todos os locais onde hoje a Globo tem empresa própria. Não, não são afiliadas. Então, foi uma demissão que atingiu toda a empresa em diferentes setores, mas especialmente no jornalístico”, disse ele.
Leia mais: Demitido da Globo, Fábio Turci faz desabafo sobre futuro no jornalismo
Leia mais: Repórter demitido da Globo afirma que emissora “quer economizar”
“O nosso objetivo seria barrar qualquer tipo de demissão. Infelizmente, a Globo, sem negociar previamente com os sindicatos, realizou essas demissões. Então, agora acho que em primeiro lugar a gente vai, no dia 11, fazer ações unificadas na porta da empresa. Em cada local, vamos colocar carro de som para fazer essa ação conjunta. Queremos abrir uma mesa de negociação com a empresa”, completou Tanji. Ele ainda detalhou quais negociações as entidades pretendem fazer com a Globo.
“Os sindicatos ainda não tiraram uma posição em relação a isso. Mas o primeiro passo é se reunir com a empresa, salientando que, em recente entendimento do STF determina negociação prévia às demissões coletivas, o que não houve de fato. Portanto, precisamos ter ao menos um canal de comunicação com a empresa para avaliarmos conjuntamente e junto dos trabalhadores o que faremos em termos de negociação”, disse o representante.
Em comunicado, a Globo explicou as demissões:
A Globo, assim como as demais empresas de referência do mercado, tem um compromisso permanente com a busca de eficiência e evolução, mas lamenta quando se despede de profissionais que ajudaram a escrever e a contar a sua história. Isso, no entanto, faz parte da dinâmica de qualquer empresa. Os resultados da Globo refletem a boa performance do conjunto das suas operações e uma constante avaliação do cenário econômico do país e dos negócios. Como parte do processo de transformação pela qual vem passando nos últimos anos e alinhada à sua estratégia, a empresa mantém a disciplina de custos e investimentos em iniciativas importantes de crescimento.