A Globo demitiu na última quinta-feira (13) o jornalista Maurício Noriega, que atuava como comentarista em transmissões de futebol com times paulistas no SporTV, após 21 anos de contrato. Nesta semana, o grupo de comunicação voltou a fazer cortes de funcionários no Esporte. No mesmo dia também foram dispensados nomes como Régis Rosing, Jaime Júnior, a ex-jogadora de basquete Hortência Marcari, e Carlão Gouvêia, o Carlão do Vôlei, entre outros.
O que você precisa saber
- Demitido pela Globo na primeira leva de cortes esportivos, Maurício Noriega está aliviado em ser dispensado pela rede;
- “Ninguém gosta de receber a notícia. Já estava esperando há um bom tempo, não estava feliz”, disparou o comentarista;
- Ele afirma que estava trabalhando triste e que o clima na emissora piorou após uma mudança na diretoria.
Em conversa com o UOL, Noriega se mostrou aliviado pela demissão da Globo porque se sentia infeliz no ambiente de trabalho da companhia há pelo menos cinco anos. “Ninguém gosta de receber a notícia da demissão, porque eu estava há anos no SporTV e sou muito grato e muito feliz por isso. Já estava esperando há um bom tempo desde que mudou a direção. Eu não estava feliz há um bom tempo. Eu estava trabalhando triste há algum tempo. De certa forma, eu me sinto aliviado por não trabalhar triste”, declarou.
O jornalista relatou que o clima nos bastidores entre os colaboradores da empresa está naturalmente ruim após a sequência de demissões nos últimos meses. “As pessoas estão com muito medo e é normal”, disse ele. O comentarista apontou que uma mudança na direção em 2018 afetou o ambiente. Naquele ano, o grupo começou a fazer a maior mudança estrutural da sua história, que reuniu todas as empresas em uma só. “As coisas mudaram muito na direção do Esporte, e eu fiquei muito triste com as mudanças. Hoje eu digo que meu espírito já tinha ido embora, o corpo, agora que partiu. Não é um clima bom. É algo diferente do que eu vivi em 2018. Depois que mudou a direção, perdeu-se um pouco da alegria que a gente tinha”, explicou.
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Apesar de a Globo justificar as demissões são por questões financeiras, esse não parece ser o principal critério na hora de definir quem será dispensado. “Tem gente que ganha mais do que eu e continua. Não é só uma questão financeira. Tem gente que ganha bem mais do que eu e ficou lá, por exemplo. Continuou trabalhando… Mas é isso. A empresa contrata quem ela quer e demite quem quer”, desabafou. “A gente sente quando as coisas vão acontecer. Todo mundo tinha escala, e eu não tinha essa escala. Eu já fui chefe, mas sempre fui franco e direto. Preferia deixar tudo claro”, alfinetou.
Apesar da demissão, Maurício Noriega garantiu que gostava de trabalhar no SporTV. “Era um lugar que eu adoro. O SporTV –eu digo que sou do SporTV, porque foi de lá que eu vim– me transformou no profissional que sou hoje. Eu estou recebendo uma centena de mensagens de carinho, eu construí credibilidade”, disse. “Vai passar esse período de tristeza, e eu vou seguir em frente. Eu estou feliz de ver a maneira que as pessoas analisam e avaliam meu trabalho. Agora podem abrir mil e uma possibilidades. Tem muita coisa que eu não podia fazer por questões contratuais. Quem sabe agora eu consigo fazer”, completou.
A Comunicação da Globo divulgou o seguinte comunicado padrão sobre as demissões. “A Globo, assim como as demais empresas de referência do mercado, tem um compromisso permanente com a busca de eficiência e evolução, mas lamenta quando se despede de profissionais que ajudaram a escrever e a contar a sua história. Isso, no entanto, faz parte da dinâmica de qualquer empresa. Os resultados da Globo refletem a boa performance do conjunto das suas operações e uma constante avaliação do cenário econômico do país e dos negócios. Como parte do processo de transformação pela qual vem passando nos últimos anos e alinhada à sua estratégia, a empresa mantém a disciplina de custos e investimentos em iniciativas importantes de crescimento”.
