O Linha Direta voltou para a Globo nesta quinta-feira (4) e trouxe discussões de como a imprensa agiu na cobertura do caso do sequestro de Eloá Cristina Pimentel, e a ex-apresentadora da Globo Gloria Vanique relembrou em uma entrevista recente que estava no prédio do crime e afirmou que diretores da emissora pediram o telefone do apartamento para que uma apresentadora entrasse ao vivo — algo que foi duramente criticado pelo canal durante o programa investigativo comandado por Pedro Bial.
“Eu lembro que em um determinado momento, eu recebi uma ligação de um chefe falando: ‘Gloria, você consegue o telefone da casa da Eloá?’. E, gente, era um conjunto habitacional, todo mundo se conhecia, eu estava dentro do apartamento de um vizinho fazendo a cobertura, e falei: ‘Consigo, fácil. Por quê?’”, contou ela para um podcast.
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A ex-jornalista da Globo revelou que decidiu não passar o número por entender que a pessoa não estaria apta a falar com um sequestrador. “Porque tem uma apresentadora que quer ligar para lá e entrar ao vivo falando com o sequestrador’ Falei: ‘Cara, eu não passo’. ‘Glorinha, quebra essa e tal’. Eu falei: ‘Eu não passo. Porque se essa pessoa não tá preparada pra conversar com o cara, e o cara mata a menina ao vivo, eu tenho parcela de culpa nessa morte’”, disse.
A comunicadora afirmou que um diretor passou a informação de que o sequestro havia acabado, mas ela estava ali e sabia que não. “Eu passei por uma outra situação dentro desse mesmo caso, que foi outro chefe que me ligou e falou: ‘Glorinha, o sequestro acabou. Você vai entrar ao vivo, a apresentadora vai te chamar dizendo que o sequestro acabou. Eu falei: ‘Gente, o sequestro não acabou. Eu estou vendo que ninguém se mexeu’. Ele: ‘Se prepara aí’. Eu falei: ‘Eu não banco, se você banca, coloca a apresentadora falando’, e não tinha acabado”, detalhou.