Rodrigo Fagundes, humorista conhecido por interpretar o personagem Patrick, do bordão “olha a faca”, do Zorra Total (1999-2015), foi homenageado no Encontro desta quarta-feira (17). O ator compareceu na atração apresentada por Patrícia Poeta para divulgar sua peça de teatro, em cartaz em São Paulo, mas a produção do matinal preparou uma homenagem surpresa para ele. O programa mostrou um depoimento de Wendell Bendelack, marido de Fagundes, que deixou o famoso muito emocionado.
O que você precisa saber
- Rodrigo Fagundes, conhecido pelo bordão “olha a faca”, chorou ao ser homenageado pelo Encontro;
- O programa comandado por Patrícia Poeta preparou uma surpresa para o humorista, que iria apenas divulgar sua peça teatral;
- Um depoimento de Wendell Bendelack, marido do comediante, bastou para que ele desabasse no palco da atração;
- “Eu tô muito emocionado, não estava esperando. Tô com a boca seca aqui”, afirmou o ex-integrante do Zorra Total.
“Passando pra dizer que eu sou privilegiado por ter você do meu lado nesses 20 anos. Você é uma pessoa iluminada, generosa, companheira, bom coração, se preocupa com os outros. A vista é sempre mais bonita contigo, meu amor. Estamos juntos. Passamos por uma perda muito forte na pandemia, que foi a partida da sua mãe, mas a gente conseguiu se reerguer. Com dificuldade, com muita saudade, mas estamos juntos. Eu te amo. Vou dizer para o Brasil inteiro nosso segredo. Eu te amo”, disse Wendell Bendelack.
Rodrigo Fagundes já começou a chorar assim que uma foto da mãe dele, já falecida, foi exibida. Em seguida, ele comentou a declaração recebida do marido, que também é ator. “Isso é o amor da minha vida. Eu tô assim, muito feliz. Hoje, 17 de maio, é o dia internacional contra LGBTfobia. Em 1990, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decidiu que homossexualidade não era doença. Eu tinha 18 anos, achava que eu era doente, me escondia, tinha medo. Eu tinha medo de falar quem eu sou”, desabafou ele.
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O artista ressaltou que o personagem no Zorra Total foi uma liberação, mas lembrou que atualmente o Brasil é um dos países do mundo que mais matam transexuais. “Vamos parar com isso, gente. A vida é curta, vamos nos respeitar. Eu tô muito emocionado, não estava esperando. Tô com a boca seca aqui”, disse ele. “A arte me salvou de muita coisa. A arte me deu o Wendell. Sou mineiro, ele é paraense, a gente se encontrou no Rio de Janeiro, no teatro. Agora foi Dia das Mães, eu perdi minha mãe na pandemia, em seis dias. Foi uma tragédia, como muita gente passou. Eu perdi minha mãe que era o tesouro da minha vida”, relatou no programa de Patrícia Poeta.
Rodrigo Fagundes ainda disse que se imagina reencontrando a mãe em outro plano espiritual assim como mostrado na novela A Viagem (1994). Ele também alfinetou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. “E o Wendell é o amor da minha vida, a gente está há 20 anos junto, é muita coisa. E a gente decidiu falar da gente há pouco tempo, de 2017 pra cá. Esse último governo, que falava dos homossexuais como se fosse doença, uma coisa horrível, e não é. Eu não sou isso que eles estão vendendo. Esse retrocesso. Então agora mais do que nunca eu falo. A gente respeita todo mundo, já perdi algumas batalhas por ter me calado. Mas essa profissão, o Wendell, minha família, isso me deu forças”, concluiu.