A Justiça de São Paulo condenou o bolsonarista Alfredo Bessow a pagar uma indenização de R$ 10 mil à Band em razão da publicação de uma fake news sobre a emissora em seu canal no YouTube. De acordo com informações do jornalista Rogério Gentile, do UOL, Bessow publicou um vídeo em março do ano passado dizendo que a Band estava criticando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por determinação do governo da China, que, segundo ele, era proprietário do canal de TV.
Bessow afirmou no vídeo intitulado “Ataques a Bolsonaro: Dono chinês determinou e Band aceitou” que editorial da Band é comandado pelo governo chinês e que tal fato deveria ser investigado, já que um veículo de comunicação no Brasil não pode ser controlado por órgão de país estrangeiro. “Fôssemos nós um país sério, na segunda-feira seria criada uma CPI.”, disse o bolsonarista.
A advogado da Band, André Marsiglia Santos, disse à Justiça que “houve total falta de compromisso com a verdade e, sobretudo, com a ética”. O defensor afirmou ainda que a gravação traz informações inverídicas, “mero achismo”, e tem o “propósito inegável de ofender e afetar a reputação e a credibilidade” da emissora comandada por Johnny Saad.
O youtuber fez as acusações depois que a Band firmou um acordo a China Media Group, que reúne os veículos de comunicação estatais do país, para compartilhamento de conteúdo audiovisual, cultural e jornalístico. O governo de Jair Bolsonaro havia firmado acordo semelhante para troca de conteúdo entre a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) e a empresa chinesa em 2019.
Em sua defesa, Bessow afirmou que publicou reportagem baseada em “fatos verdadeiros” e que, “se houve algum mal-entendido na divulgação”, não se pode dizer que houve danos à imagem da Band. Ele afirmou ainda que não houve “disseminação de fake news”.
No entanto, a juíza Andrea Ferraz Musa afirmou na sentença que, ao sustentar a tese de que o governo da China era proprietário da Band, o youtuber bolsonarista tinha a obrigação de trazer elementos que indicassem a veracidade da afirmação, “mas não o fez”. Alfredo Bessow pode recorrer da decisão.
