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EX-CONTRATADA

Cristianne Fridman nega pressão da Record para virar evangélica: “Não fui consultada”

Imagem com foto de Cristianne Fridman
Cristianne Fridman negou que tenha sofrido pressão da Record para virar evangélica (foto Reprodução/Record)

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Cristianne Fridman, ex-autora de novelas da Record, negou que tenha sofrido qualquer pressão para integrar a Igreja Universal do Reino de Deus no período em que trabalhou na emissora. Em entrevista, a escritora disse que não foi consultada por Paula Richard, responsável pelos textos de O Rico e o Lázaro (2017) e Jesus (2018), que entrou com processo contra a rede por intolerância religiosa. Richard acusa a companhia de rejeitar autores por não seguirem a religião de Edir Macedo, líder da instituição religiosa e proprietário do canal. Na semana passada, Emilio Boechat, ex-colaborador de tramas, também foi negou pressão para se tornar evangélico.

“Nunca fui convidada a participar da Igreja Universal do Reino de Deus. Não estou processando a Record. O foro para questões judiciais me parece não ser a imprensa. Meu nome foi citado em uma reportagem, mas sem que houvesse uma confirmação e/ou consulta feita a mim”, disse Fridman em conversa com o UOL. Segundo reportagem do site Notícias da TV, assinada pelo repórter Gabriel Vaquer, Paula Richard foi à Justiça contra a Record e pede indenização de aproximadamente R$ 5,6 milhões por preconceito religioso. Na ação, ela teria anexado depoimentos de colegas que supostamente passaram pela mesma situação.

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Cristianne Fridman foi contratada da Record entre 2005 e 2021. Na emissora, ela escreveu folhetins de sucesso como Essas Mulheres (2005), Bicho do Mato (2006), Chamas da Vida (2008) e Vidas em Jogo (2011). A profissional foi demitida no final do ano passado. A última novela escrita por Fridman foi Amor Sem Igual (2019). A roteirista diz que sua relação com Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo e responsável pela área de dramaturgia, era profissional. “Ela era supervisora de texto, conforme créditos expostos nas obras que iam ao ar, e minha relação era profissional: autora para supervisora que, hierarquicamente, direciona estratégias da empresa”, explicou.

Autor saiu da Record por vontade própria

Emilio Boechat também negou que tenha sofrido pressão para se tornar evangélico durante o período em que foi contratado da emissora. Na última quinta-feira (1º), o profissional ressaltou que não foi dispensado e deixou a companhia por vontade própria em 2020. Segundo reportagem do site Notícias da TV, de autoria do jornalista Gabriel Vaquer, ele estaria entre os autores de tramas que foram supostamente rejeitados na empresa por não serem membros da Igreja Universal do Reino de Deus.

“Nunca me senti coagido a ‘me converter’ a religião A ou B. Eu saí da emissora por vontade própria. Pedi a rescisão amigável do meu contrato, no que fui prontamente atendido, e deixei a novela Gênesis (onde meu nome nem aparece nos créditos por pedido meu). Isso ocorreu em janeiro de 2020. Mas os motivos de minha saída foram artísticos”, escreveu ele em uma rede social de fotos. Ele ainda aproveitou a oportunidade para explicar o contexto de uma frase de 2021, em que chamou algumas mudanças na novela Gênesis de “esquizofrênicas”.

“Sobre minha frase de 2021 (citada fora de contexto, um comentário sobre a queda de audiência na dramaturgia) dizia respeito aos novos rumos artísticos, que eu lamentava pois durante quase duas décadas a Record tinha aberto um importante mercado de trabalho para inúmeros profissionais com produtos de qualidade como Luz do Sol, Pecado Mortal, Poder Paralelo, Vidas Opostas, Cidadão Brasileiro, Escrava Isaura, entre outros. Não conheço a realidade de outros profissionais, mas esse tipo de preconceito eu não vivi. Obviamente, se há práticas contratuais que vão contra as leis essas devem ser investigadas e os autores protegidos em todos os seus direitos, tanto autorais como trabalhistas”, finalizou Emilio Boechat.

Na semana passada, a assessoria de Comunicação da Record divulgou a seguinte nota sobre o assunto:

A Record TV vem a público declarar que é contra qualquer tipo de intolerância, inclusive a religiosa.

Portanto, o Grupo Record anuncia que tomará todas as providências judiciais necessárias com relação a acusação sofrida hoje.

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