Fabio Turci recusou propostas para trabalhar em outros canais de televisão após 23 anos de Globo. Em abril, o jornalista foi um dos profissionais demitidos em razão dos saltos salários na emissora líder. Em entrevista, o comunicador contou que rejeitou convites de veículos de comunicação para poder atuar em novos formatos de reportagens. Na semana passada, ele lançou o podcast Existo, no qual conversa com pessoas LGBTQIAPN+, negras, com deficiência, refugiadas ou em situação de rua, temas que permearam sua carreira no jornalismo.
O que você precisa saber
- Fabio Turci recusou propostas para trabalhar em outros canais de televisão após 23 anos de Globo;
- Demitido em abril, comunicador rejeitou convites de veículos de comunicação para poder atuar em novos formatos de reportagens;
- Ao contrário de outros nomes dispensados, o jornalista garante que não guarda mágoas da empresa de comunicação.
“Já tinha a vontade de fazer um podcast há algum tempo, mas era algo que não cabia na minha rotina de trabalho na Globo. No momento que fui desligado, tinha a clareza que continuaria trabalhando com temas relacionados à diversidade. Poderia trabalhar com palestras, ajudando a ser um aliado e falando do meu lugar de homem, branco, heterossexual e cis, mas veio também a vontade de um podcast, e essa vontade se juntou a disponibilidade e desejo de encontrar um novo caminho profissional”, disse ele ao colunista Lucas Pasin, do UOL.
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Fabio Turci explicou para as emissoras que o procuraram que sua prioridade atualmente era o projeto do podcast. “Tive algumas conversas, nada muito avançado, sem falar em valores. Mas falamos sobre jornalismo, mercado, e eu expliquei que eu tinha a ideia de tentar um outro caminho primeiro. Mas não fecho portas ao jornalismo, de qualquer forma que seja. O futuro dirá”, acrescentou. Ex-apresentador eventual dos telejornais locais e nacionais da Globo, como SP2, Jornal Hoje e Jornal da Globo, esse é o primeiro trabalho do profissional após a saída da empresa de comunicação da família Marinho.
Fabio Turci não guarda mágoa da Globo
Apesar da demissão da Globo, Fabio Turci diz não ter mágoas da emissora. Recentemente, outros jornalistas demitidos, como Flávia Januzzi, detonaram a companhia pela forma como aconteceram os desligamentos de abril. “Sinto que fui reconhecido lá. Batalhei para ser correspondente no exterior, e fui. Era um sonho profissional meu. Também fui reconhecido ocupando lugares de apresentação nas ausências e férias de telejornais, além dos projetos e reportagens especiais. Tivemos uma relação frutífera, e eu entendo que saí apenas por questões financeiras da emissora. Não há mágoa ou nada mais o que falar”, concluiu o comunicador.
Globo demitiu jornalistas experientes com altos salários
Em abril, Globo demitiu dezenas repórteres, apresentadores, diretores, chefes, editores e produtores experientes com anos de contrato por causa dos altos salários. Além de Fábio Turci e Flávia Januzzi, alguns dos nomes que foram dispensados são Giuliana Morrone, César Galvão, Fábio William, Marcelo Canellas, Eduardo Tchao e Leila Sterenberg. Conforme nota divulgada na ocasião, a emissora disse que a medida foi necessária com o propósito de manter a performance financeira e continuar com as contas em disciplina. Turci tinha mais de 20 anos de trabalho na Globo. Ele também foi correspondente em Nova York de 2014 até o final de 2018.
