A novela Sonho Meu foi produzida pela Globo em 1993 e exibida na faixa das tramas das 18h da emissora, mas apesar de ter ido bem na audiência nunca foi reprisada pela emissora na televisão aberta. Após quase 30 anos da exibição original, o folhetim escrito por Marcílio Moraes foi escolhido pelo canal Viva para voltar ao ar a partir do dia 12 de julho, às 12h30. A história marcou toda uma geração que acompanhou como a protagonista, a menina Maria Carolina (Carolina Pavanelli), enfrentava as dificuldades de forma lúdica, junto com seu protetor e amigo, Tio Zé (Elias Gleizer), e o cãozinho Tofe.
“A estreia de Sonho Meu no Viva marca a primeira reapresentação desse clássico da teledramaturgia na televisão brasileira, 28 anos após sua exibição. Temos certeza de que a novela vai conquistar ainda mais fãs com sua trama e elenco de peso”, comenta Stephanie Purwin, Head de Programação do Viva.
A história começa quando sua mãe, Claudia Lins (Patrícia França), perde a guarda de Carolina por causa das constantes brigas com o marido, o violento Geraldo (José de Abreu). A menina então passa a viver com a tia, Elisa (Nívea Maria), que, impaciente com crianças, acaba deixando-a em um orfanato. É em uma tentativa de fuga do lugar que Maria Carolina conhece o Tio Zé, um artesão de brinquedos de madeira, que passa a chamá-la carinhosamente de Lalesca.
“‘Foi minha primeira novela. Era muito lúdica, com outras crianças no elenco. Eu entendia, de alguma forma, que era um trabalho e que tinha responsabilidades. Mas, também era uma brincadeira, me divertia muito. Sonho Meu me proporcionou não só outros trabalhos que eu fiz na TV até os 12 anos, como também foi uma experiência muito legal. Eu vivi uma infância diferente da de outras crianças, rica no sentido de conhecer pessoas, viajar pelo Brasil a trabalho, visitar lugares, conhecer ídolos meus. Ocupa um lugar muito gostoso da minha história”, declara Carolina.
Na trama, ainda fugindo do ex-marido e decidida a mudar de vida, Cláudia se muda do Rio de Janeiro para Curitiba. Chegando na nova cidade, conhece os irmãos Lucas Candeias de Sá (Leonardo Vieira) e Jorge Candeias de Sá (Fábio Assunção), herdeiros da fábrica de brinquedos onde ela começa a trabalhar. Os dois acabam se apaixonando pela jovem, mas Jorge faz de tudo para afastá-la de Lucas. Ao saber da paixão de seus netos pela empregada da fábrica, Paula Candeias de Sá (Beatriz Segall) também arma situações para mantê-la longe da família e evitar brigas entre os irmãos.
“Sonho Meu foi uma novela realizada há quase trinta anos, tenho muitas boas lembranças. Seria impossível esquecer das viagens para Curitiba e o tumulto na porta do hotel criado por pessoas que queriam ver os atores, além do aprendizado de ter feito um protagonista logo no início da carreira ao lado desse elenco. Sem falar da parceria de Patrícia França e Fábio Assunção. Lucas é uma personagem muito simpática, ele criava uma empatia com o público infantil muito grande, pois era dono de uma fábrica de brinquedos e vivia nesse universo lúdico. Outro lado cativante dele é o fato de se apaixonar por uma mãe solteira e assumir a Laleska como um pai amoroso. O fato de ser bom caráter e ter um irmão que queria destruí-lo também é um ponto positivo da personagem para conquistar o público”, comenta Leonardo.
A obra também chamou a atenção por sair do eixo RJ-SP e apresentar ao espectador o cenário de Curitiba, Paraná, com cenas que valorizavam principalmente a arquitetura da cidade. A novela também inseriu tramas com ações socioeducativas. Por meio da personagem Maria Carolina, que sofria de leucemia, foram estimuladas as discussões sobre doação de sangue e doação voluntária, a qualidade do sangue e a Aids. Querer É Poder, música de abertura cantada por Xuxa e José Augusto também marcou época. Os artistas chegaram a fazer uma participação especial no último capítulo, encenando um show para as crianças do orfanato. A trama traz também o primeiro vilão interpretado por Fábio Assunção na TV.
Sonho Meu contou com a colaboração de Maria Adelaide Amaral e Margareth Boury e teve supervisão de texto de Lauro César Muniz. A história foi inspirada nas novelas A Pequena Órfã (1968), da TV Excelsior, e Ídolo de Pano (1974), da TV Tupi, ambas de autoria de Teixeira Filho. Além disso, devido ao sucesso, foi exibida em mais de vinte países, sendo alguns deles Bolívia, Chile, Porto Rico, Portugal, República Dominicana, Rússia, Turquia, Uruguai e Venezuela.