Apresentador do extinto Alerta Nacional (2020-2023), Sikêra Jr. foi condenado pela Justiça de São Paulo a pagar uma indenização de R$ 10 mil a um policial militar que teve seus dados pessoais expostos em uma reportagem do programa policial. De acordo com informações divulgadas, o profissional reagiu a um assalto em um estabelecimento comercial em setembro do ano passado e conseguiu evitar o crime, salvando as vítimas que estavam no local de dois criminosos.
Segundo o colunista Rogério Gentile, do UOL, ao exibir uma reportagem sobre o assunto, Sikêra Jr. revelou o nome completo do policial e ainda contou em qual batalhão ele trabalhava. À Justiça, o policial afirmou que a atitude do apresentador o deixou completamente vulnerável, colocando sua vida e a de seus familiares em risco. Por causa da divulgação dos dados do policial na televisão, ele disse que seria obrigado a solicitar a sua transferência para outro batalhão da polícia.
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O programa policial deixou a grade de programação da RedeTV! em abril deste ano. Produzido pela TV A Crítica, emissora com sede em Manaus, a atração também contava com exibição em uma plataforma de vídeos de uma gigante das buscas. O canal local também foi condenado na sentença. Em sua defesa, Sikêra Jr. disse que estava apenas exaltando o trabalho e atitude heroica do policial e que agiu com zelo profissional e ética. O comunicador afirmou que não cometeu nenhum ato ilícito.
O jornalista alegou “prestar um serviço de alta relevância e interesse público” e que sua “nobre missão de informar muitas vezes é incompreendida”. Segundo a TV A Crítica, a reportagem não teve intenção de causar abalo ao policial. “Pelo contrário, buscou demonstrar que há profissionais da área de segurança pública muito bem-preparados”, disse no processo. “A reportagem foi feita de boa-fé”, afirmou a emissora que era responsável pela produção do Alerta Nacional.
A juíza Leila Hassem da Ponte disse, ao condenar Sikêra Jr. e a TV A Crítica, que o policial não poderia ter sido exposto no programa e que isso colocou em risco a vida do policial e da família dele. “Extrapolaram os limites da liberdade de imprensa”, escreveu a meritíssima na sentença. Além da indenização de R$ 10 mil, a juíza também determinou a remoção do vídeo da internet. Ainda de acordo com a publicação, as partes podem recorrer da decisão.
