As emissoras Globo, Band e TV Cultura e outros veículos de comunicação estão sendo processados pela Fenepe (Federação Nacional de Entidades de Praças Militares Estaduais) por utilizaram a palavra “chacina” na cobertura de operações policiais realizadas desde o fim de julho em cidades do litoral de São Paulo. As ações foram realizadas após a morte de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) por criminosos na cidade de Guarujá (SP).
Na ação liminar apresentada ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a Fenepe diz que reportagens exibidas em noticiosos como Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal da Cultura, Jornal da Band e Brasil Urgente usaram o termo “chacina” para se referir ao trabalho dos policiais e que isso é considerado uma “ofensa à corporação”. No entanto, o juiz Fabio de Souza Pimenta negou uma tutela de urgência, justificando o “direito de livre manifestação de pensamento”.
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O objetivo da entidade é proibir os veículos de imprensa de usar as palavras “tortura” e “extermínio” quando o assunto for a operação policial. “As requeridas estão noticiando de forma irresponsável o evento ocorrido, denominando-o como ‘chacina’ e ‘tortura’, cujas notícias estariam afetando a família de diversos policiais/praças militares perante a sociedade civil, deteriorando a opinião pública sobre o órgão e criminalizando as ações dos policiais”, diz a Fenepe.
Na liminar, a associação pedia também multa de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento. De acordo com informações divulgadas pelo site F5, da Folha de S.Paulo, o meritíssimo deixou a decisão para ser julgada após as emissoras apresentarem suas defesas. Encerrada na última terça-feira (5), a Operação Escudo teve início no dia 28 de julho, após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota. Em quatro dias, 12 pessoas foram mortas e dois policiais militares atacados. Na quinta (6), foi retomada a Operação Impacto contra o crime organizado na baixada santista.