Gabriel Costa, repórter da RBS TV, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul, se emocionou e chorou ao vivo ao falar da situação dos moradores que perderam tudo por causa das fortes chuvas que atingiram a região de Cruzeiro do Sul (RS). O número de desaparecidos após a passagem do ciclone extratropical pelo Estado passou de 25 para 46. Mais de 10 mil pessoas estão fora de casa devido às inundações. Segundo dados atualizados pela Defesa Civil na manhã de sexta (8), o número de mortes se mantém em 41.
Em conversa com o UOL, o jornalista da parceria da Globo explicou que não conseguiu segurar a emoção ao falar da situação da região e da solidariedade do povo gaúcho em ajudar o próximo. “A gente sabe que no jornalismo a informação é mais importante, a gente treina essa questão de segurar a emoção, passar a informação com clareza, com imparcialidade. Só que em uma situação dessas é impossível. A gente é humano também, tem empatia. Meus colegas de equipe dizem que sou o mais paizão, o mais família, o mais coração, a união da equipe”, disse ele.
+ Atriz da Globo, Eliane Giardini revela detalhes de separação de Paulo Betti
+ Agatha Moreira expõe nervosismo ao gravar cena intensa em Terra e Paixão
No começo do Jornal do Almoço – equivalente ao SP1 – da última quinta-feira (7), Gabriel Costa disse que nem dava para dar boa tarde. “Aqui em Cruzeiro do Sul, infelizmente, a situação é tão trágica como no resto do Vale do Taquari. Esse ponto aqui no centro da cidade em frente à igreja Paróquia São Gabriel Arcanjo foi o único que a gente conseguiu wi-fi para entrar ao vivo”, explicou o profissional da afiliada da Globo no Rio Grande do Sul.
Repórter da Globo chora com relato
O repórter não conseguiu segurar o choro após o jornal mostrar o trecho de uma reportagem em que uma professora diz que perdeu quase tudo, mas que estava ajudando como voluntária porque “estando com saúde ela recupera o que perdeu”. Ele tentou segurar o choro e continuou passando as informações com a voz embargada. “Essa solidariedade da Luana foi tocante de ver”, disse ele. “Aqui no Vale do Taquari, nesse momento, qualquer cidade que tu for, para onde tu olha, tu vê destruição, perda, tristeza, gente se abraçando. Gente que perdeu tudo, gente machucada, chorando desesperada. Parece cenário de guerra. Não tem como manter a saúde mental [intacta] aqui, não tem como ficar indiferente nessa situação”, explicou.
“Sei que estou representando muitas coisas quando tá ao vivo e penso muito na informação, que tem que trazer com clareza, é o mais importante. Mas é impossível, não deu para segurar [o choro]. Tentei respirar fundo, não deu. Quando tu começa a lembrar o que tu viu, as pessoas falando, chorando, te abraçando, quanta gente eu estou ajudando e assim, apoiando, dando um abraço na rua. Vêm tudo junto, um turbilhão de coisa. Eu chorei, tentei segurar e não deu. Se eu continuasse falando [no ar] eu ia chorar mais”, disse o repórter.
“É muito difícil, muito triste a situação. Não dá. Ainda mais que tu se te insere na comunidade, vira cidadão daqui, gente daqui, faz amigos quase que família aqui. Então tu tá sofrendo junto com essas pessoas, é impossível não chorar”, afirmou o jornalista da Globo. Na quinta (7), o governo reconheceu o estado de calamidade pública dos municípios atingidos. A portaria foi assinada pelo secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros, e já está em vigor.
Assista ao vídeo do momento em que repórter da Globo chora ao vivo: