Demitido da Globo após 40 anos em agosto, Paulo Betti falou sobre a final de Amor Perfeito. O artista atuou como Anselmo, um prefeito corrupto que foi um político zero interessado no progresso da cidade que gere, e ainda escondeu uma amante e filho bastardo por mais de 20 anos.
“É muito estimulante [atuar com um papel assim]. Você exacerba o senso crítico. E acaba resultando, porque as pessoas riem. Mas riem das loucuras que o Anselmo falava. Das bobagens, estupidez e falta de visão dele. Ele é bem próximo de muitos personagens que nós temos por aí, com aquele pensamento mais horroroso”, declarou ao gshow.
A inspiração para o papel em Amor Perfeito foi o irmão mais velho de Paulo Betti, José Bete – que morreu em maio deste ano, aos 80 anos. “Durante o processo, um pouquinho antes, meu irmão morreu. Então, eu estava muito com ele na cabeça. O sotaque, o jeito dele falar foi para o personagem. Claro que meu irmão era uma maravilha! Era um santo, não era que nem o Anselmo”, detalhou o ator.
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Questionado sobre a história da novela das seis, o artista acredita que irá marcar a história da dramaturgia. “Acho que vai marcar muito pela diversidade mesmo. O fato de você ter um garoto negro, com cabelo black, fazendo um herói infantil. O fato de ser ter o herói principal ser um homem negro. O fato de você ter 50% do elenco composto por negros. Isso tudo acaba mudando não só na tela, funciona para dentro também, no vestiário, nas discussões que acontecem. Ficamos 70%, 80% do tempo ali. Ali que fazemos contatos, relações. Essa novela aumentou muito para mim o contato com atores que eu não tinha”, contou.