Ex-autor de novelas da Globo, Euclydes Marinho venceu um processo milionário contra a emissora. Contratado do canal líder de audiência entre os anos de 1979 e 2020, o escritor decidiu processar a companhia após ser demitido. De acordo com informações divulgadas, ele receberá aproximadamente R$ 3,5 milhões entre danos morais e verbas rescisórias não pagas. Como a vitória foi em segunda instância, a companhia poderá recorrer da decisão.
Os detalhes da ação na Justiça foram revelados pelo site F5, da Folha de S.Paulo. Segundo a publicação, Marinho foi o único dos roteiristas demitidos pela Globo que levou o assunto para os tribunais. A decisão foi preferida na semana passada pelo TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro). Na primeira instância, a Globo tinha conseguido uma decisão favorável a ela, mas a defesa do autor conseguiu reverter o entendimento inicial no tribunal.
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Em votação unânime, os desembargadores concordaram com os argumentos de Euclydes Marinho. Além de pedidos de indenização pela sua demissão, o profissional também pediu um valor para repor os danos por não ser liberado para realizar trabalhar em projetos fora do canal, como teatro e cinema, uma vez que o acordo era de exclusividade. Segundo os autos do processo, ele precisou recusar trabalhos por causa da não autorização.
Em sua defesa, a Globo disse que o liberou para várias produções como os longas Primo Basílio (2007) e Se Eu Você 2 (2008), e a peça de teatro Shirley Valentine (1991). O Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro entendeu que Euclydes Marinho tinha razão em seus pedidos e deu vitória a ele. As custas processuais serão pagas pela Globo e foram orçadas R$ 30 mil. Ainda de acordo com a publicação, a Justiça atribuiu o valor de R$ 3,5 milhões à condenação. A quantia poderá ser maior porque está sujeita a correção e juros.
A Globo pode recorrer da decisão no TST (Tribunal Superior do Trabalho). A emissora não comenta casos na Justiça. A defesa de Euclydes Marinho preferiu não se manifestar. No canal, o escritor colaborou em programas e novelas como Malu Mulher (1979), série protagonizada por Regina Duarte. Também integrou a equipe de Armação Ilimitada (1885-1988) até estrar sua primeira novela, Mico Preto (1990). Nas minisséries e séries, foi autor de Capitu (2008), As Cariocas (2010), O Brado Retumbante (2012), Felizes Para Sempre? (2015), entre outras.