A decisão da Jovem Pan News em se transformar em uma versão pouco estruturada da CNN Brasil já trouxe consequências desagradáveis para o canal de notícias. No primeiro mês sem a presença de Tiago Pavinatto e Adalberto Piotto, que eram responsáveis por alguns dos maiores índices da rede, a emissora caiu quatro posições no ranking de maiores audiências do país, e foi superada pela Record News até mesmo nos lares com televisão por assinatura, tendo seu pior ibope do ano. Em três meses, a companhia viu quase metade de seu público desaparecer.
O TV Pop teve acesso, com exclusividade, ao levantamento de audiências de todas as emissoras aferidas pela Kantar Ibope Media ao decorrer dos últimos meses. Ao longo dos 30 dias de setembro, o canal controlado por Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, acumulou média de apenas 0,04 ponto no Painel Nacional de Televisão, métrica que compila os dados aferidos nas 15 principais regiões metropolitanas do país. O índice, que colocou a emissora em 29º lugar, representa quatro vezes menos público do que a Record News (em 11º), líder dos noticiosos com 0,16 ponto. A GloboNews, em segundo lugar do gênero, marcou 0,14 e ficou em 12º.
A sangria de público da Jovem Pan News começou em junho, quando Vitor Brown foi afastado do comando de Os Pingos nos Is. O jornalístico, que não era líder em sua faixa horária, despencou e passou a acumular derrotas para O É da Coisa, comandado por Reinaldo Azevedo no BandNews TV. Não é raro que o outrora campeão de ibope, agora sob o comando de Daniel Caniato, fique na lanterninha das redes noticiosas, atrás até mesmo do CNN Arena — que também viu seus índices caírem desde a controversa demissão de Felipe Moura Brasil. De junho até agora, o canal já perdeu 43% de seu público, e dá sinais de a queda não parará por aí.
Com o colapso de seu primeiro pilar, o canal de Tutinha se mantinha competitivo graças ao jurista Tiago Pavinatto. Sob o seu comando, o Linha de Frente incomodava o Estúdio i, da GloboNews, e não raramente tinha picos próximos do 1 ponto, marca expressiva para qualquer canal da televisão por assinatura. Desde que foi entregue para Fernando Capez, em meados de agosto, o formato de debates exibido entre 14h e 16h naufragou e passou a ser apenas mais um no marcha soldado (0,1, 0,2 e 0,3) da programação da rede. O Três em Um, comandado por Evandro Cini, teve a sua duração dobrada no início de setembro e não mudou os índices do extinto Prós e Contras.
Na faixa da manhã, a contratação de Rafael Colombo também não mudou a situação da Jovem Pan News. O Jornal da Manhã segue com índices residuais, marcando traço literal em boa parte de sua exibição, e não têm competitividade alguma diante do Em Ponto, conduzido por Mônica Waldvogel e Tiago Eltz na GloboNews. Quando muito, o ex-titular do CNN Novo Dia consegue superar a sua antiga emissora — ele, no entanto, ainda não conseguiu ultrapassar a barreira do 0,1 ponto de média desde a sua estreia.
A seguir, confira a posição dos canais de notícias no ranking da televisão por assinatura em setembro:
- 8º – GloboNews: 0,40 (+1 posição na comparação com agosto)
- 29º – Record News: 0,11 (+2 posições)
- 31º – Jovem Pan News: 0,10 (-3 posições)
- 42º – CNN Brasil: 0,07 (-6 posições)
- 63º – BandNews TV: 0,04 (-1 posição)
Confira também o ranking geral, na mesma métrica de aferição dos canais abertos:
- 11º – Record News: 0,16 (+1 posição na comparação com agosto)
- 12º – GloboNews: 0,14 (+1 posição)
- 29º – Jovem Pan News: 0,04 (-4 posições)
- 40º – CNN Brasil: 0,03 (-5 posições)
- 61º – BandNews TV: 0,02 (-2 posições)