Um dos principais nomes da TV Globo, Carlos Henrique Schroder deixou a emissora em 2021. O executivo passou 38 anos na empresa e seis deles dedicados a diretoria geral da empresa. Em entrevista, o ex-diretor da líder de audiência relembrou um dos momentos mais delicados que viveu na empresa: a morte de Tim Lopes.
Em 2002, o jornalista foi torturado, morto e queimado enquanto fazia uma reportagem investigativa na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro. A morte foi uma represália pela matéria Feira das Drogas, do Jornal Nacional. O trabalho ganhou o Prêmio Esso de Telejornalismo de 2001. “Acho que o momento mais difícil é quando o impacto de uma notícia provoca um efeito na equipe com que você trabalha. Pode não ser o fato mais relevante do ponto de vista histórico. Quando morre um colega na redação, como ocorreu com o Tim Lopes”, relembrou.
“Isso tem um efeito sobre a equipe muito mais emocional do que qualquer outro fato que aconteça em relação ao país. Então, a morte do Tim Lopes foi um momento muito agudo da nossa relação interna por mexer com cada um dos nossos companheiros. Foi um momento muito delicado, muito sentimental e nos levou a várias reflexões sobre caminhos a seguir a partir daquele episódio”, contou o ex-diretor da Globo para o site New Mag.
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O executivo opinou sobre a relação do jornalismo com as notícias falsas. “Quando notícias falsas são difundidas, as pessoas tendem a procurar pela informação correta e verdadeira, tendem a procurar as fontes reais da informação e, assim, teremos a afirmação do jornalismo correto ao longo do tempo. As fake news vão se diluindo com o tempo, porque evidentemente as formas de controle irão aumentar e vamos ter o jornalismo real, correto se expandindo cada vez mais. Informação é um bem à sociedade”, declarou.