Hélio Doyle, presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), foi demitido na última quarta-feira (18), após republicar uma mensagem nas redes sociais que diz que quem apoia Israel é “um idiota”. Segundo o agora ex-chefão da TV Brasil, o compartilhamento do conteúdo causou constrangimento no governo. De acordo com informações divulgadas por O Globo, Doyle se reuniu com o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, no Palácio do Planalto, no período da tarde.
Com a insatisfação do governo com a repostagem de Doyle, fontes informaram à publicação que o presidente da EBC concordou em apresentar seu pedido de demissão. Ele foi nomeado como diretor-presidente da EBC no dia 14 de fevereiro. “O ministro Paulo Pimenta me manifestou hoje seu descontentamento por eu ter repostado, no X, postagem de terceiro acerca do conflito no Oriente Médio. Disse-me que a referida repostagem e sua repercussão na imprensa criaram constrangimentos ao governo, que mantém posição de neutralidade no conflito, em busca da paz e da proteção aos cidadãos brasileiros”, disse em nota.
“Diante disso, pedi desculpas e comuniquei que deixo a presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), agradecendo ao ministro Pimenta e ao presidente Lula pela confiança em mim depositada por todos esses meses”, concluiu Hélio Doyle. Na manhã de quarta (18), o então presidente da EBC republicou um post do ilustrador brasileiro Carlos Latuff, que se declara apoiador da Palestina. “Não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante”, dizia o texto.
+ Alexandra Richter engata novo papel após destaque em Terra e Paixão
+ Larissa Manoela confessa que se afastou dos pais depois de briga pública
O conflito entre israelenses e palestinos começaram no sábado (7), após uma ofensiva do grupo terrorista Hamas que sequestrou e assassinou centenas de pessoas. Desde então, Israel e Hamas travam o maior confronto dos últimos 50 anos. Em agosto, Doyle disse em entrevista ao site Metrópoles que a TV Brasil deixará de comprar novelas bíblicas da Record. A prática teve início no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e não terá continuidade na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na ocasião, Hélio Doyle anunciou que o canal estatal está em busca de produções estrangeiras de dramaturgia para reforçar a programação. Além de tramas da Record, a rede exibiu Os Imigrantes, trama produzida pela Band em 1981. “A Globo não vende novelas. Ela mesma já faz a retransmissão no Vale a Pena Ver de Novo e no canal Viva. Da Record, não queremos comprar. São aquelas novelas bíblicas. A Band vende caro e não tem nada bom. Então estamos fazendo uma prospecção no exterior. Estamos avaliando BBC, Deutsche Welle, produções mexicanas e argentinas”, disse ele.
