Taís Araujo já tinha um longo currículo na televisão quando foi escolhida para interpretar uma das personagens mais importantes da dramaturgia no Brasil: a Helena, de Manoel Carlos. Em Viver a Vida (2009), a atriz afirmou que passou por muito preconceito.
“Eu comi aquela pilha e fiquei imobilizada, com muito medo de tudo, da minha carreira acabar e não ter outra chance. Eu fiquei paralisada. A frustração foi do tamanho da expectativa que eu tinha”, revelou. “Vou falar uma coisa para vocês, foi fundamental para eu ser a atriz que sou hoje. Isso é amadurecimento”, disse a comunicadora.
Em conversa com Fátima Bernardes, a artista pontuou que não foi uma trajetória fácil. “A gente vive em um país preconceituoso, você é uma mulher negra. Você sabia que seria muito mais difícil para você?“, perguntou Fátima Bernardes. “Eu não me via. Da Cor do Pecado (2004), a primeira protagonista na Globo, existiam muitas revistas na época, eu fiz uma ou duas capas de revista e minhas colegas faziam uma por mês”, contou.
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“Foi muito difícil, ninguém queria ficar comigo, ninguém queria me beijar. Meu primeiro beijo foi com 14 anos em Porto Seguro, na Bahia, obrigada Bahia! Foi com outro menino negro, chamado Elvis. O que vivi continua muito presente aqui”, detalhou Taís Araujo.
Em entrevista para a Revista Piauí, em março, a comunicadora contou que só teve o apoio de duas pessoas dentro da novela. “Eu lia as páginas do roteiro sem enxergar nada. Não conseguia encontrar a personagem, entrei em desespero”, contou. O apoio surgiu de Alinne Moraes e Marcelo Valle nos ensaios. “Foram apenas eles que me deram amparo. Durante essa novela, foi a primeira e única vez na vida que tomei um porre e, no outro dia, não consegui trabalhar. Com Helena, eu fui parada na rua por mulheres negras agradecendo por estarem se vendo na TV”, disse.