O ex-jogador Pelé vem sendo cobrado na Justiça por dívidas de impostos e de taxas de condomínio. Ao todo, os valores devidos por Edson Arantes do Nascimento passam de R$ 150 mil, sem incluir os valores das custas das ações e honorários advocatícios, informou neste sábado (31) a Veja São Paulo. O maior dos débitos é de uma casa a poucos metros da Praia de Pernambuco, no Guarujá, no litoral de São Paulo. O imóvel, famoso na região por ser do ex-atleta, tem valor venal de pelo menos R$ 7 milhões e o imposto predial do ano de 2020 não foi quitado.
Pelé também tem dívidas na cidade de Santos, que partem da administração de um condomínio que tem o nome do pai dele. O Edifício Dondinho, com 12 andares, está localizado no bairro de Embaré. No local, um apartamento não sai por menos de R$ 800 mil, informa a publicação. Dono de duas unidades, o ex-jogador deve mais de R$ 9 mil, valor referente a cotas de fevereiro a abril de 2021. O juiz Fernando de Oliveira Mello, da 12ª Vara Cível de Santos, deu um prazo de três dias úteis no dia 21 de julho para que Pelé quitasse o débito.
Com a prefeitura de São Paulo, Pelé teria uma dívida de quase R$ 26 mil, correspondente ao IPTU de um apartamento e à respectiva vaga de garagem localizados na Alameda Jaú, nos Jardins. O valor da unidade passa de R$ 2 milhões. Em Juquiá, também no litoral, Pelé é acusado desde 2019 de desmatar parte de um terreno de mais de 6 milhões de metros quadrados. Comprado nos anos 60, o território era utilizado pelo ex-atleta para descanso, o que incluía longos períodos de pescaria em um lago. No dia 26 de junho, a Justiça determinou que Pelé se abstenha de intervir de qualquer modo nas áreas de preservação permanente do terreno e que cumpra uma série de obrigações, como cercar o local. A multa pelo descumprimento é de R$ 10 mil por dia.
Em nota, o advogado de Pelé, Paulo Gustavo Arantes, afirmou que não há nada de estranho, principalmente em tempos de pandemia. A defesa do ex-jogador disse que os valores são recentes e que em grande parte deles constam pedidos de parcelamento. A revista, no entanto, afirma que não há nenhuma petição que demonstre qualquer tipo de intenção de acordo no processo. “Bom saber que a imprensa se preocupa com a saúde financeira do Pelé”, disse o advogado.
“O assunto de Juquiá já foi resolvido, uma vez que as terras não mais pertencem a Pelé e o novo proprietário assumiu de forma expressa toda a responsabilidade relacionada ao imóvel. Apenas uma matrícula ainda não foi outorgada à competente escritura pública, uma vez que aguardamos o georreferenciamento dessa referida área. Infelizmente, em razão da pandemia, os processos estão completamente atrasados, sem nenhuma previsão de resposta dos órgãos públicos”, diz a defesa de Pelé.