A Record proibiu os âncoras dos telejornais de darem opinião sobre notícias depois que um comentário de Mariana Godoy no Fala Brasil causou incômodo em apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e no governo federal. Na semana passada, a jornalista classificou como “bizarra” uma live realizada pelo político em que ele apresentava fatos já desmentidos sobre a integridade do processo eleitoral brasileiro para defender o voto impresso.
“O presidente Jair Bolsonaro insistiu, durante uma live bizarra, que a urna eletrônica facilita fraudes nas eleições. Bolsonaro também criticou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Barroso, contrário à proposta de um voto impresso”, dizia o texto lido pela âncora na chamada de uma reportagem que mostrava Bolsonaro reciclando uma série de boatos já desmentidos. Na mesma transmissão na internet, o presidente do Brasil também disse que não tem provas de supostas fraudes nas urnas eletrônicas.
De acordo com informações do colunista Ricardo Feltrin, do UOL, o comentário de Mariana Godoy só não passou em branco porque Max Guilherme Machado, assessor da Presidência da República e ex-sargento do Bope, se manifestou nas redes sociais acusando a Record de ser comunista. “Bizarra é você e esse jornalismo totalmente comunista que não leva informação nenhuma e sim ideologia socialista. As máscaras vão caindo e vocês vão só perdendo credibilidade, viva a internet!”, publicou Machado em seu perfil no Instagram.
Por conta do incômodo causando em integrantes do governo federal, a Record enviou um comunicado a todos os jornalistas e âncoras do canal reforçando que ninguém deve comentar notícias, exceto os comentaristas, que são pagos para essa função. A direção de Jornalismo da rede de Edir Macedo também pontuou que expressões faciais também não poderão transparecer aos telespectadores o que os âncoras pensam da notícia. A Record foi procurada, mas a emissora não se comunica com o TV Pop.