O jornalista Eric Faria, que virou comentarista esportivo da Globo, falou sobre os trabalhos que já fez com Galvão Bueno e contou algumas experiências com ele. Em entrevista ao Flow Sport Club, o ex-repórter contou que a narração mais marcante que já atuou com o veterano foi durante o velório dos jogadores da Chapecoense, em 2016. “É aí que você percebe que o cara é um verdadeiro mestre”, comentou ele, relembrando a forma como o narrador conduziu toda a situação.
“Fiz muitas transmissões com o Galvão. Claro, talvez não tantas quanto Tino e Mauro, mas tive várias experiências com ele. Talvez a mais marcante que presenciei e na qual participei, não em termos de audiência ou emoção, foi durante o velório da Chapecoense. É aí que você percebe que o cara é um verdadeiro mestre”, contou Eric Faria, falando sobre a competência de Galvão em conseguir fazer a cerimonia mesmo tendo perdido muitos amigos.
“Narrar uma Copa do Mundo, uma corrida de Fórmula 1 ou a conquista de uma medalha olímpica, é o que esses profissionais se preparam para fazer durante toda a vida […] Ninguém está preparado para narrar o velório de um time de futebol onde morreram 71 pessoas, muitas delas nossas amigas pessoais. Eu perdi um amigo de infância nesse voo”, prosseguiu o comentarista, recordando que em toda a cobertura, Galvão Bueno conseguiu passar a emoção necessária e se manter firme.
“Ficamos no ar das seis da manhã até uma da tarde, quando o velório foi concluído. Eu estava no estádio, na Arena Condá, enquanto o Galvão estava nos estúdios do Rio. Tivemos flashes de vários locais do país, além do velório de nossos amigos da Globo que também faleceram na tragédia. Você percebe que o cara segurou sete horas narrando um dos momentos, senão o mais triste, da história do esporte brasileiro. É aí que você vê que o cara é realmente um mestre”, completou.
