Pedro Bial fez um balanço de sua carreira e relembrou as coberturas marcantes da profissão. O comunicador, que ingressou no curso de telejornalismo por influência da mãe, relatou que um dos grandes momentos da carreira dele foi a cobertura do fim da União Soviética, que ocorreu em 1991, depois da abertura política e econômica do governo Gorbatchev e o movimento político de Boris Iéltsin.
O jornalista estava in loco e noticiou a resistência ao golpe de Estado. “Quando cheguei ao local, vi coisas absurdas, velhinhas moscovitas barrando os soldados, falando que iriam resistir. Naquela época, tinha consciência que estava vendo ali o fim do século XX”, detalhou o jornalista em entrevista ao Mamilos Café.
O apresentador da Globo relembrou os desafios da ocasião que culminou em seu primeiro furo de reportagem dentro da Globo. “Quando consegui enviar a matéria para o Jornal Nacional, recordo que minha chamada foi em frente aos tanques e eu disse: ‘Em resposta ao golpe de Gorbachev, o povo de Moscou vai às ruas, barram os tanques e resistem’. Ao chegar a informação na redação, questionaram o tom, pois nenhuma agência estava falando de resistência, mas bancaram minha narrativa. Esse foi o maior furo que dei na minha carreira, estava lá e vivi esse momento”, declarou.
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Pedro Bial sinalizou que enxerga uma mudança significativa nos hábitos de consumo de notícias, a partir da percepção dos próprios filhos de gerações diferentes. “Minha filha mais velha, de 37 anos, lê todos os jornais. Já os meninos, de 26 e 22, nunca leram um jornal na vida. Para mim, é impensável começar o dia sem ler todas as notícias”, contou o apresentador do Linha Direta.