Os artistas que trabalham na Globo estão descontentes com as raras propostas de renovação de contrato e redução salarial, segundo informações do colunista Ricardo Feltrin, do UOL Splash. Os profissionais que optam por continuarem na emissora precisam aceitar registro em carteira de trabalho e até mesmo a polêmica cláusula de exclusividade, que nos tempos atuais englobam o serviço de streaming Globoplay.
Agora, os atores que são convidados para fazer filmes e teatro precisam de autorização da líder de audiência para fazer esse tipo de trabalho, embora ela nunca tenha rejeitado pedidos do tipo. A contratação de Marcos Mion foi a última antes das mudanças nas regras de contratação de artistas. O apresentador do Caldeirão fechou contrato com a Netflix antes do acordo com a rede carioca.
A atriz Grazi Massafera, no ar na reprise de Verdades Secretas, não esconde que tem sido sondada para realizar uma série de filmes em uma empresa de streaming. De acordo com Feltrin, o problema para a Globo é que nos tempos atuais ela tem uma concorrência de peso, com produções e e cargos em outras plataformas de entretenimento.
Outra cobrança que artistas têm feito à Globo são os pagamentos por obras que são reaproveitadas em reexibições futuras. Há alguns anos que os profissionais que prestaram serviços à emissora questionam o valor pago pelos direitos de imagem e direitos autorais, que são considerados muito baixos. Agora, além da reprise no Vale a Pena Ver de Novo e exportação para outros países, há também as exibições no canal Viva e no streaming através do Globoplay.
De acordo com informações do colunista Flávio Ricco, do portal R7, ator Felipe Folgosi tem dinheiro a receber pelas reprises de novelas da líder de audiência. Segundo o autor Marcílio Moraes, os intérpretes recebem os direitos conexos. Já os valores de direitos autorais são recebidos pelos autores-roteiristas e diretores, conforme a Lei 9610/98. O novelista se movimenta para conseguir receber esses direitos das exibições na TV por assinatura e no streaming.
No ano passado, as atrizes Maria Zilda Bethlem e Elizângela reclamaram do valor pago pelas reprises no canal Viva. Em bate-papo descontraído no Instagram, elas contaram que a quantia é irrisória. “O Viva não paga, o Viva dá esmola”, reclamou Elizângela, que estava no ar com a reexibição de O Clone (2001) no papel da fogosa Noêmia. Maria Zilda relembrou que recebeu exatos R$ 237,40 por toda exibição de Selva de Pedra (1986) no canal pago da Globo em 2019. “É de rir”, lamentou a artista. A Globo diz que “efetua todos os pagamentos”.